São Paulo – O Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Berd) reviu para baixo suas expectativas de crescimento de quatro economias árabes mediterrâneas em 2016. Relatório divulgado nesta quarta-feira (11) pela instituição projeta desempenho menor do que o previsto em levantamento de outubro de 2015 para Egito, Jordânia, Marrocos e Tunísia.
No Egito, a projeção é de um avanço de 3,3%, contra 4,2% no ano passado. A estimativa de outubro de 2015 era de um crescimento de 4,3% em 2016. De acordo com informações da agência de notícias jordaniana Petra, é esperado um desempenho econômico mais fraco em função da queda do faturamento com o turismo e com o Canal de Suez, duas das principais fontes de receitas do país.
No primeiro caso, segundo a Petra, houve um recuo de 45% no movimento de turistas no ano passado, após a explosão de um avião russo no Sinai. No caso do canal, a baixa é atribuída ao fraco desempenho do comércio internacional. Para 2017, porém, o banco espera que o crescimento egípcio avance para 4,2%.
Para a Jordânia, o Berd prevê crescimento de 3% este ano, contra 2,4% em 2015. A estimativa de outubro era de 3,5%. Entre os fatores para a diminuição das expectativas estão o turbulento cenário regional – a Jordânia faz fronteira com Síria e Iraque e recebe grande número de refugiados dos conflitos nestes países -, além de recuos nos setores de construção civil e turismo.
O cenário regional fez recuar também as exportações jordanianas em 8%, e os investimentos estrangeiros diretos em 37%. No ano que vem, a instituição projeta crescimento de 3,3% para a Jordânia com base em expectativas de aumento do consumo interno ancoradas justamente na demanda do número crescente de refugiados.
No caso do Marrocos, a previsão foi rebaixada de 3,8% em outubro de 2015 para 2,3% agora. No ano passado, o país cresceu 4,5%. Os motivos são a fraca performance econômica da Europa, um declínio de 1,4% no turismo e o crescimento modesto de setores não agrícolas.
O banco ressalta, no entanto, que a estratégia marroquina de investir em setores de alto valor agregado, como as indústrias automotiva e aeronáutica, tem mostrado resultados positivos e compensado em parte as perdas registradas em segmentos mais tradicionais, como turismo e indústria têxtil.
As vendas externas do setor automotivo, por exemplo, cresceram 20,9% no ano passado, bem acima do avanço total das exportações marroquinas, que foi de 6,7%. O Berd avalia que o Marrocos poderá crescer 4% em 2017.
A Tunísia deverá ter crescimento de 1,6% em 2016, contra apenas 0,8% no ano passado. Em outubro, a estimativa era de um avanço de 3%. Os atentados terroristas ocorridos em 2015 no país afetaram o turismo de maneira significativa, e a isso se somaram outros fatores negativos como disputas industriais no ramo de mineração e cortes de investimentos externos no setor de energia, além de vulnerabilidades fiscais. Para 2017, a previsão de crescimento da Tunísia é de 2,5%.