Brasília – O Banco Central revisou a estimativa de déficit em transações correntes de US$ 15 bilhões para 18 bilhões este ano. O valor deve corresponder a 1% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa anterior era 0,84% do PIB. As projeções feitas trimestralmente foram divulgadas nesta segunda-feira (26) pela instituição.
A projeção para o superávit comercial passou de US$ 50 bilhões para US$ 49 bilhões. A expectativa de déficit para a conta de serviços subiu de US$ 28,3 bilhões para US$ 29,9 bilhões. A estimativa para o déficit na renda primária foi alterada de US$ 39,7 bilhões para US$ 39,9 bilhões. O BC manteve a estimativa para os investimentos estrangeiros diretos (IED) em US$ 70 bilhões.
As contas externas do Brasil fecharam o mês de agosto com déficit de US$ 579 milhões, de acordo com o BC. O saldo negativo é bem menor do que o registrado em igual mês de 2015, quando ficou em US$ 2,592 bilhões. O resultado foi o melhor para agosto desde 2007, quando foi registrado superávit de US$ 1,233 bilhão.
De janeiro a agosto deste ano, o setor externo acumula déficit de US$ 13,119 bilhões, contra US$ 46,164 bilhões no mesmo período de 2015.
No balanço das transações correntes de agosto, a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) apresentou saldo negativo de US$ 2,508 bilhões. A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) contribuiu para o resultado negativo com US$ 2,202 bilhões.
A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo de US$ 214 milhões.
A balança comercial contribuiu para reduzir o déficit das contas externas, ao apresentar superávit de US$ 3,918 bilhões.
No mês passado, os Investimentos Estrangeiros Diretos somaram US$ 7,208 bilhões, mais do que suficiente para cobrir todo o déficit em transações correntes. De janeiro a agosto, estes investimentos somaram US$ 41,101 bilhões, valor muito superior ao saldo negativo em conta corrente acumulado no ano.
Em agosto, o País também registrou saída de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior e em fundos de investimentos, no total de US$ 1,511 bilhão. Nos oito meses do ano, houve entrada de US$ 7,422 bilhões. Houve saída líquida de investimento em títulos negociados no País de US$ 3,834 bilhões, no mês passado, e de US$ 15,551 bilhões, de janeiro a agosto deste ano.