Da redação
São Paulo – A política de desenvolvimento da biotecnologia, lançada nesta quinta-feira (08) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve tornar os produtos agropecuários brasileiros mais competitivos e seguros. De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as inovações são essenciais para o Brasil manter e conquistar novos mercados na área agrícola.
Segundo o ministério, as medidas devem, na área agrícola, estimular o desenvolvimento de ferramentas biotecnológicas para uso da agrobiodiversidade brasileira, o que pode enriquecer o hábito alimentar nacional e também de outros povos. A valorização dos conhecimentos tradicionais associados ao uso e conservação dos recursos genéticos nativos voltados à agricultura e alimentação, também pode ser viabilizada pela biotecnologia, de acordo com o material divulgado pelo Mapa.
Entre os benefícios que o ministério vê para a agricultura com a biotecnologia está a redução dos impactos das mudanças climáticas nas lavouras. Tais alterações, que incluem o aquecimento global, são indutoras de grande estresse sobre as lavouras, tanto por fatores bióticos, as infestações pragas ou doenças, quanto por fatores abióticos, que são as grandes secas, grandes enchentes, temperaturas muito altas ou muito baixas.
A biotecnologia pode desenvolver, segundo o Mapa, plantas mais resistentes que conseguem enfrentar condições climáticas adversas e oferecer resistência genética ao ataque de pragas, ou ainda desenvolver organismos ou substâncias que os combatam reduzindo a necessidade de tratamentos com substâncias com riscos de contaminar o meio ambiente ou deixar resíduos nos alimentos ou matérias primas produzidos.
A biotecnologia pode também, de acordo com texto divulgado pelo ministério, auxiliar na mitigação de riscos ambientais viabilizando culturas que promovam o aumento da cobertura florestal ou da fixação de CO2 e mitigar danos ambientais relativos ao aquecimento global.
O ministério definiu alguns alvos estratégicos para a agropecuária na política governamental de biotecnologia como plantas resistentes a pragas, doenças e intempéries climáticas, desenvolvimento de vacinas para prevenção de doenças em animais, tecnologias biológicas para produção animal e vegetal, bioindústrias de transformação para aproveitamento de subprodutos animais e vegetais, entre outros. A nova política também permitirá criação e o aperfeiçoamento da infra-estrutura dos laboratórios de alta segurança biológica e o desenvolvimento de sistemas de rastreamento e manejo de animais.
O que deve acontecer também a partir do novo plano é o incentivo de parcerias público-privadas com o objetivo de criar programas para o desenvolvimento e a comercialização de produtos estratégicos a partir da biotecnologia.