São Paulo – O Banco Mundial aumentou sua projeção do preço médio do petróleo para este ano. O documento Perspectivas dos Mercados de Commodities, divulgado nesta terça-feira (26), estima o valor do barril em U$ 41. Em janeiro, a previsão era de US$ 37.
Como justificativas, o banco cita um maior otimismo no mercado, depreciação do dólar e a expectativa de uma redução do excesso de oferta do produto. A instituição acrescenta que a cotação da commodity passou de US$ 25 em meados de janeiro para US$ 40 em abril, após problemas de produção no Iraque e na Nigéria, e de uma queda da produção em nações que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), principalmente no caso do gás de xisto dos Estados Unidos.
“Nós esperamos preços um pouco maiores para as commodities do setor de energia ao longo do ano com o realinhamento dos mercados depois de um período de excesso de oferta”, disse o economista sênior do banco e principal autor do documento, John Baffes, segundo comunicado da instituição. Ele alerta, porém, que os preços podem voltar a cair se os membros da Opep decidirem aumentar a produção e os não membros não conseguirem reduzi-la conforme o esperado.
Mesmo com este aumento da estimativa para o petróleo, o Banco Mundial avalia que os preços médios das principais commodities deverão permanecer este ano abaixo dos patamares de 2015 em razão da oferta abundante e das perspectivas de baixo crescimento de economias emergentes e nações em desenvolvimento.
Os preços das commodities do setor de energia (petróleo, gás e carvão) deverão ficar 19,3% menores em média. Em janeiro, a perspectiva era de um recuo maior, de 24,7% sobre 2015.
Os valores das commodities metálicas deverão recuar 8,2%, contra uma previsão de 10,2% em janeiro, com a expectativa de uma demanda mais forte na China.
Já as commodities agrícolas poderão ter desvalorização maior do que a prevista em janeiro por causa da perspectiva de boas colheitas de grãos e oleaginosas e da redução dos custos com energia.
O banco alerta que os preços baixos das commodities estão inibindo as expectativas de crescimento de países ricos em recursos naturais. “O adiamento de projetos [de investimentos na produção de commodities] pode afetar de forma adversa países que pouco podem suportar estes contratempos”, observou o diretor do Grupo de Perspectivas de Desenvolvimento do Banco Mundial, Ayhan Kose, de acordo com a nota da instituição. “Maior transparência, melhora na eficiência dos governos e na estrutura macroeconômica podem amenizar estes problemas. Talvez seja preferível esperar a retomada dos preços antes de lançar novas iniciativas de desenvolvimento de recursos naturais”, acrescentou.