Da redação
São Paulo – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar com US$ 200 milhões a exportação de bens e serviços de empresas brasileiras para a construção de um gasoduto na Argentina. O crédito foi aprovado ontem (23) pelo banco e será destinado às obras de expansão da infra-estrutura de transporte de gás natural da Transportadora de Gás del Sur (TGS).
Do total, de acordo com o banco, US$ 170 milhões serão destinados ao financiamento de exportações de bens e serviços de engenharia e construção da Construtora Norberto Odebrecht. Entre os produtos que serão fornecidos pela Odebrecht estão máquinas e equipamentos, tubos e chapas de aço produzidas pelas siderúrgicas Usiminas e Cosipa. O restante vai para financiar o embarque de tubos de aço produzidos pela brasileira Confab.
Segundo o BNDES, as obras vão aumentar em até 2,9 milhões de metros cúbicos diários a capacidade de transporte dos gasodutos General San Martín e Neuba II e serão realizadas em trechos do sistema localizados entre a Terra do Fogo, no extremo sul do país, e Bahía Blanca, no litoral da Província de Buenos Aires; e entre Bahía Blanca e a cidade de Buenos Aires, capital da Argentina.
De acordo com o banco, o projeto prevê a construção de 508,85 quilômetros de dutos e deve estar concluído em agosto deste ano. "A ampliação da capacidade de transporte da TGS garantirá maior oferta de gás natural e eletricidade à região da Grande Buenos Aires, que concentra mais de 50% da população da Argentina, país que, desde 2004, enfrenta crise energética", diz nota divulgada hoje (24) pelo BNDES.
A TGS, segundo o banco, já transporta cerca de 60% do gás consumido no país vizinho e conta com um sistema de gasodutos com 7.419 quilômetros de extensão e capacidade de transporte de 62,5 milhões de metros cúbicos por dia. Ele liga as regiões produtoras, localizadas ao sul e no oeste do país, aos centros consumidores. A empresa é controlada pela Compañia de Inversiones de Energia, que tem participação da Petrobras Energia (ex-Perez Companc), subsidiária da estatal brasileira na Argentina.
De acordo com o BNDES, o empréstimo se insere na estratégia de integração física da América do Sul, considerada prioritária na política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.