São Paulo – Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somaram R$ 153,6 bilhões entre os meses de janeiro a novembro de 2010. O valor representa um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2009 e foi influenciado pelas operações de capitalização da Petrobras, que ocorreram em setembro. Somente em novembro, o banco liberou R$ 12,7 bilhões, uma alta de 16% na comparação com o mesmo mês do último ano.
Se forem desconsideradas as operações da Petrobras, os desembolsos do banco até o mês passado somaram R$ 128,8 bilhões, representando um aumento de 10% sobre o mesmo período do ano passado. Estes valores levam o BNDES a projetar um desembolso total de R$ 140 bilhões para todo o ano de 2010, um pouco maior que o realizado em 2009.
A indústria foi o setor mais beneficiado pelo banco, com desembolsos de R$ 73,2 bilhões realizados até novembro, o que representa 47% do total liberado no período. A área de infraestrutura recebeu R$ 47 bilhões, com participação de 31%. Os destaques dentro da área industrial foram para os ramos de alimentos e bebidas, que receberam R$ 12,8 bilhões (alta de 115%), e têxtil e vestuário (com aumento de 281%).
Em relação à infraestrutura, o maior investimento foi no setor de transporte rodoviário, com desembolsos de R$ 23,6 bilhões, 96% a mais do que foi disponibilizado em 2009.
Já os desembolsos para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) atingiram R$ 41,1 bilhões no período, um valor recorde que elevou a participação do setor para 27% do total de liberações do banco. O montante representa uma expansão de quase 100% no valor destinado ao setor na comparação com os onze primeiros meses de 2009. O número de operações realizadas com as MPMEs, 501,3 mil, também é recorde.
O crescimento nos valores liberados ao setor é resultado do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que disponibilizou R$ 26,8 bilhões às MPMEs e do Cartão BNDES, que somou 280 mil operações. De acordo com informações do banco, a carteira do PSI soma, atualmente, R$ 117,8 bilhões entre operações contratadas, aprovadas e em análise. Desse total, R$ 83,6 bilhões foram desembolsados.