São Paulo – Em seu discurso por videoconferência na Cúpula do Clima nesta quinta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro reafirmou compromisso de acabar com desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, de reduzir em 37% as emissões de carbono até 2025 e em 40% até 2030, e de antecipar para 2050 a neutralidade climática.
O evento virtual que teve início hoje e vai até amanhã é organizado pelo governo dos Estados dos Unidos. Foram convidados 40 países para o encontro, incluindo a Arábia Saudita.
O presidente norte-americano Joe Biden prometeu cortar pela metade as emissões de gases de efeito estufa do país até 2030. A questão climática foi uma das plataformas de sua campanha para a presidência no ano passado. Agora, Biden repara as ações do ex-presidente Trump, retomando os trabalhos com o meio ambiente. O país voltou ao Acordo de Paris em fevereiro. “Trata-se de proporcionar um futuro melhor para todos nós”, disse Biden.
A Cúpula do Clima antecede a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP26, que será realizada de 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia, sob a presidência do Reino Unido. Um dos principais objetivos do encontro é impedir a elevação da temperatura média do planeta acima de 1,5 grau Celsius neste século.
“O Brasil participou com menos de 1% das emissões históricas de gases de efeito estufa, mesmo sendo uma das maiores economias do mundo. No presente, respondemos por menos de 3% das emissões globais anuais”, disse Bolsonaro em discurso conciliador.
O presidente listou que o Brasil conta com matrizes energéticas mais limpas, com investimentos em energia solar, eólica, hidráulica e biomassa, e mencionou o pioneirismo na difusão de biocombustíveis renováveis.
“Determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em 10 anos a sinalização anterior”, disse o presidente do Brasil. Ele destacou ainda o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030. “Estamos abertos à cooperação internacional”, enfatizou.
Arábia Saudita
O rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita, também participou da cúpula nesta quinta-feira. Ele pediu uma abordagem global para enfrentar as mudanças climáticas. Para ele, as questões do clima não reconhecem fronteiras nacionais. Ele também destacou o investimento da Arábia Saudita em energias limpas e renováveis.
“O objetivo é o desenvolvimento sustentável e, para alcançá-lo, deve haver uma metodologia abrangente que leve em consideração os diferentes desenvolvimentos e circunstâncias que existem ao redor do mundo”, disse Salman.
Ele afirmou que o reino lançou pacotes de estratégias e regulamentos com o objetivo de produzir 50% das necessidades de energia do país até 2030 usando fontes limpas e renováveis.
“Aumentar o nível de cooperação internacional é a solução ideal para enfrentar os desafios das mudanças climáticas”, disse.
Ele acrescentou que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman anunciou recentemente duas novas iniciativas: a Green Saudi Initiative e a Green Middle East Initiative, que buscam reduzir as emissões de carbono na região em mais de 10% das contribuições globais atuais. “Essas iniciativas também visam o plantio de 50 bilhões de árvores na região”, afirmou.
O presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin também se comprometeram a reduzir as emissões.
*Com informações da Agência Brasil e do jornal saudita Arab News.
Assista o discurso completo de Jair Bolsonaro: