São Paulo – Desde a última sexta-feira (12), o Brasil conta com um consulado honorário em Manama, capital do Bahrein. De acordo com informações do Itamaraty, a abertura da representação diplomática no país árabe reflete a vontade brasileira de ter uma presença maior na região.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Brasil tem um planejamento de abertura de novas missões diplomáticas ao redor do mundo. Apesar de admitir a possibilidade de ter uma embaixada no Bahrein, o Itamaraty diz que a questão ainda está sendo estudada e que a abertura do consulado honorário não é uma indicação de que isso ocorrerá de fato.
A representação diplomática de Manama fica subordinada à embaixada do Brasil no Kuwait e é chefiada por Khalid Ghozlani. Empresário do setor petrolífero, ele é marroquino, mas reside no Bahrein. De acordo com o Itamaraty, o posto poderia ser ocupado por um brasileiro, mas a nomeação de Ghozlani se deu por suas boas relações governamentais e empresariais no país do Golfo.
O consulado honorário não prestará serviços como a emissão de vistos, mas dará assistência a brasileiros que vivem no país árabe, como em questões legais, e também a missões diplomáticas do Brasil que estejam no Bahrein. Uma destas missões será realizada em outubro, quando haverá uma reunião de chanceleres da Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa) em Manama.
O Itamaraty informa que, de acordo com levantamento feito em 2011, havia menos de 200 brasileiros residindo no Bahrein.
De acordo com o MRE, o Bahrein já foi sede de importantes investimentos brasileiros, como os feitos pela mineradora Vale, que já não opera mais no país. A nação do Golfo também abriga uma importante comunidade de pilotos brasileiros de avião, além de ser um importante polo financeiro regional.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, desde janeiro até agosto deste ano o Brasil exportou o equivalente a US$ 246,21 milhões em mercadorias ao Bahrein. Os principais itens vendidos ao país árabe são minérios, carnes e açúcares.