São Paulo – As exportações brasileiras de motocicletas devem fechar o ano com embarques de 70 mil unidades para mais de 50 países. Essa é a estimativa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), que divulgou os dados nesta terça-feira (07). O número é 16% superior ao registrado em 2009.
De janeiro a novembro, os embarques somaram 62,88 mil unidades, um crescimento de 18% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o diretor-executivo da Abraciclo, Moacyr Alberto Paes, existem apenas duas montadoras no país que exportam: a Honda e a Yamaha. Para 2011, as projeções da entidade são de queda no volume exportado, com embarques de 60 mil unidades. “A indústria brasileira sofre com a concorrência asiática, mas há um esforço para que o Brasil aumente suas exportações”, afirmou Paes.
De acordo com ele, a desvalorização cambial é um dos principais motivos para que as montadoras instaladas no país percam a competitividade no mercado externo. Por outro lado, no mercado interno, a Abraciclo prevê um crescimento de 10% nas vendas, saindo de 1,8 milhão de unidades para 2 milhões.
Em novembro, as vendas internas de motocicletas somaram 177,75 mil unidades, um aumento de 46% em relação ao mesmo mês do ano passado. A produção também apresentou crescimento no mês, de 48,4%, com 180,5 mil unidades produzidas. Já no acumulado de 2010, foram produzidas 1,72 milhão de unidades, 18% a mais que no período de janeiro a novembro de 2009.
“Se continuarmos neste caminho, esperamos alcançar os números registrados em 2008 – o melhor ano para o segmento – em 2011”, afirmou o presidente da Abraciclo, Jaime Teruo Matsui. Segundo ele, o setor está mais maduro e o aquecimento do mercado após a crise favorece uma recuperação gradual e consistente.
De acordo com Paes, a capacidade brasileira instalada de produção é de 3 milhões de motocicletas por ano, o que permite o aumento das vendas “tranquilamente”. De acordo com ele, a entidade estima um crescimento de 13% na produção para 2011.
Para alcançar a capacidade, as montadoras investiram R$ 170 milhões em 2010. Durante o ano, o número de empregos também cresceu. Até setembro, eram 17 mil funcionários no segmento.
Sustentabilidade
A Abraciclo informou que as montadoras têm investido em tecnologia e sustentabilidade. Um dos exemplos foi o aumento das motocicletas com motores flex (que permitem o uso de gasolina ou etanol). Este ano, 18,5% das motos que circulam no país já são flex, contra 12% no ano passado. Paes disse ainda que existem projetos de produtos elétricos, que poderão ser lançados futuramente.