Da redação
São Paulo – A Petrobras, companhia brasileira de energia, e a White Martins, maior empresa de gases industriais da América do Sul, iniciaram hoje (21) as operações de um consórcio que vai atuar na área de Gás Natural Liquefeito (GNL). Elas inauguraram a GasLocal, empresa do consórcio, que vai comercializar e transportar o GNL produzido na planta da White Martins, em Paulínia, no interior de São Paulo.
A planta também foi inaugurada hoje e vai liquefazer, ou transformar de gasoso para líquido, 380 mil metros cúbicos de gás natural por dia. A GasLocal vai transportar o gás, na forma líquida, por meio de carretos, a locais do Brasil onde não há gasodutos. O interior do estado de São Paulo, o norte do Paraná, o sul de Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal são regiões do país nas quais os dutos não chegam.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Petrobras, esse tipo de transporte é usado para gás natural de forma ampla em países como Japão, Espanha, Portugal e Estados Unidos. O consórcio já tem vários contratos de fornecimento de gás natural firmados nos estados que serão atendidos. A intenção, segundo a Petrobras, é dar a mais regiões do Brasil a possibilidade de uso do gás natural.
Esse é apenas um dos projetos da Petrobras na área de gás. A empresa está formulando o lançamento de uma licitação para colocar em operação duas usinas de regaseificação, a transformação do gás líquido em gasoso, de acordo com informações publicadas na Agência Brasil. Segundo dados repassados pelo diretor da área de Gás da Petrobras, Ildo Sauer, à agência, as plantas de regaseificação ficarão em navios. Eles deverão regaseificar até 200 milhões de metros cúbicos por dia de GNL.
Os navios a serem afretados, com opção de compra futura, ficarão na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e no Porto de Pecém, no Ceará. O gás liquefeito, de acordo com a assessoria da Petrobras, vai ser importado, possivelmente de países africanos e árabes. As usinas devem permitir a compra de GNL da Argélia e do Catar, grandes produtores árabes de gás. Como a distância do Brasil com a região é grande para que o gás seja transportado na forma gasosa, ele precisa ser deslocado na forma líquida, o que só é possível se o Brasil tiver usinas de regaseificação, para transformá-lo depois novamente em gasoso.
A Petrobras começou a estudar o projeto de regaseificação após a crise com a Bolívia, que fez a companhia suspender os investimentos previstos para elevar a importação de gás do país sul-americano. Com isso, além de investir na própria produção brasileira de gás, a Petrobras deve aumentar as importações do produto de outras nações.