Marina Sarruf
São Paulo – Começam hoje (02) duas feiras de negócios no mundo árabe: a Feira Internacional de Trípoli, na Líbia, e a Project Qatar, na cidade de Doha no Catar. Essa vai ser a primeira vez que a Câmara de Comércio Árabe Brasileira participa dos eventos promovendo empresas brasileiras. A feira de Trípoli, que segue até o dia 12 de abril é multissetorial, enquanto que a do Catar, que vai até quinta-feira (05), é do setor de construção.
Em Trípoli, a Câmara Árabe está com um estande de 30 metros quadrados e duas empresas brasileiras estão participando, a Latinex, uma trading de produtos alimentícios de Curitiba, e a Itatiaia Móveis, de Ubá em Minas Gerais. Outras cinco companhias enviaram catálogos. "Estamos indo para estudar o mercado. Já existe na Líbia uma concentração muito grande de produtos brasileiros como carne e açúcar. A idéia de participar da feira é de diversificar a pauta brasileira", afirmou o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, que estará no evento.
Paralelamente è feira, Alaby vai ter encontros com representantes da Câmara de Comércio e Indústria da Líbia e com empresários do país árabe. "Vamos verificar as possibilidades de criar um conselho empresarial Brasil-Líbia", disse.
A Feira Internacional de Trípoli, que ocorre anualmente, está na 36ª edição. Neste ano, serão mais de 4,5 mil empresas participantes de 45 países, espalhadas por 90 mil metros quadrados. A economia do país é baseada no setor petrolífero e de construção, além de outros em desenvolvimento como agrícola, petroquímico, ferro, aço e alumínio. No ano passado, a Líbia teve um crescimento econômico de 5%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Líbia importa um grande volume de máquinas, semimanufaturados e cerca de 75% dos alimentos que consome. Os principais produtos brasileiros exportados para o país árabes são minério de ferro, carne bovina, motores automotivos, maquinário elétrico e açúcar. No ano passado, o Brasil exportou US$ 203,34 milhões para o país árabe. Já as importações somaram US$ 288,81 milhões. Os principais produtos líbios exportados para o Brasil foram petróleo, naftas para petroquímicas e óleo diesel.
Catar
Na feira do Catar, a Câmara terá um espaço de 36 metros quadrados e a presença da Vitrolar Metalúrgica, empresa de Mirassol, no interior de São Paulo. Outras 11 companhias vão mandar catálogos, todas de segmentos ligados à construção civil e decoração.
O mercado de construção no Catar cresce a cada ano. Com grandes projetos, avaliados em US$ 50 bilhões, o Catar tem se tornado o centro das atenções nesse setor. Para se ter uma idéia, o novo aeroporto internacional de Doha está avaliado em US$ 5,5 bilhões; a estrada que ligará o Catar a Dubai vai custar mais de US$ 3 bilhões, além das construções de mais de 180 prédios, sendo 39 novos hotéis.
A feira está em sua quarta edição. No ano passado, participaram 345 expositores, sendo 260 de outros 31 países, entre eles Austrália, Áustria, Bélgica, Egito, França, Alemanha, Líbano, Emirados Árabes e Turquia. No total, compareceram mais de 11 mil visitantes, principalmente do Barhein, Jordânia, Kuwait, Omã, Líbano, Palestina e Emirados Árabes.
A economia do Catar é baseada no setor de petróleo e gás que corresponde a 80% das exportações e 30% do Produto Interno Bruto, segundo dados da Câmara Árabe. No ano passado, a corrente comercial com o Brasil somou US$ 95 milhões. As exportações brasileiras renderam US$ 87,14 milhões. Os principais produtos embarcados foram carne de frango e bovina, transformadores, minério de ferro e cartuchos para espingarda. Já as importações brasileiras do país árabe foram basicamente de uréia.