Alexandre Rocha
São Paulo – O governo brasileiro decidiu, na semana passada, zerar as alíquotas do imposto de importação de fertilizantes e defensivos agrícolas. Para o Ministério da Agricultura, a medida vai ajudar a reduzir os custos do setor agrícola pois representa uma economia de US$ 42 milhões no pagamento de tributos. Representa também uma oportunidade para os exportadores do mundo árabe, já que a região é grande fornecedora de fertilizantes para o Brasil.
"Para nós esta é uma notícia muito boa. O mercado brasileiro abre mais uma oportunidade para os exportadores árabes, principalmente do Norte da África", disse o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr., lembrando que a entidade trabalha para aumentar o comércio bilateral, ou seja, as exportações e as importações.
No ano passado, segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior do governo federal (Secex), o Brasil importou o equivalente a mais de US$ 2,2 bilhões em fertilizantes, sendo que os países árabes responderam por US$ 191 milhões. O Marrocos ficou em 7° lugar entre os maiores fornecedores do Brasil e a Tunísia em 12°. Também venderam para o Brasil em 2005 o Líbano, Egito, Jordânia e Argélia.
Antes da decisão tomada pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), a alíquota para importação de fertilizantes era de 6% pela Tarifa Externa Comum do Mercosul e de 2% pela lista de exceções definida por cada país do bloco. Ou seja, na prática a taxa cobrada pelo Brasil era de 2%.
Embora a alíquota já fosse pequena, o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, acredita que com a decisão os exportadores árabes se tornam mais competitivos. "É uma oportunidade para aumentar as importações", afirmou. Ele lembrou também que, numa época em que o real está valorizado frente ao dólar, a redução de impostos pode significar um ganho de competitividade dos produtores rurais brasileiros no exterior.