São Paulo – O empresário brasileiro Leonardo Marinho (imagem acima) abriu em junho uma trading company em Omã, por meio da qual oferece treinamento para baristas, consultoria a cafeterias, importação e exportação de equipamentos (é representante da empresa Pressca no Oriente Médio e África). É o primeiro passo do engenheiro mineiro no mundo árabe depois de uma bem-sucedida cafeteria em Zanzibar, na Tanzânia, e que surgiu com um outro propósito: o de ser voluntário em causas sociais.
Agora, além do apoio humanitário, Marinho procura expandir os negócios no país árabe e entrar com expertise, investimentos e treinamentos nos outros mercados do Oriente Médio. “Em termos de negócio, (Omã) é estratégico para entrar na Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, que é o nosso desejo”, afirma.
Antes de investir no mundo do café, porém, Marinho trabalhava no Brasil em sua profissão, a engenharia. O objetivo era ser CEO de uma empresa, mas, em 2013, a vontade dele e da esposa, Taís, de trabalharem como voluntários em causas sociais, levou o casal para longe do Brasil. Mudaram-se para a África do Sul para estudar inglês. Foram para a Tanzânia em 2014, quando decidiram que poderiam abrir um negócio próprio. Uma cafeteria era um investimento que eles poderiam fazer, e, por isso, Marinho começou a estudar e se preparar para atuar com um produto que, como ele diz, “só bebia para me manter acordado”.
Deixaram Zanzibar e se mudaram temporariamente para Colorado Springs, nos Estados Unidos. Durante 2015, Marinho fez cursos Negócios e Empreendedorismo e um estágio em uma cafeteria. De volta a Zanzibar, Marinho abriu o Puzzle Coffee Shop. Com o passar dos anos, ele se especializou até obter alguns dos mais elevados graus de certificação de barista, brewing (extração de café filtrado) e roasting (processo de torra do café) pela SCA – Specialty Coffee Association e Q Arabica Grader pela CQI. Todos esses cursos foram feitos durante sua passagem pela Tanzânia.
O grande fluxo de pessoas do Oriente Médio, sobretudo do Kuwait, Bahrein, Omã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, mostrou ao casal que existia uma oportunidade de negócios no Oriente Médio. Após diversas pesquisas, Omã acabou sendo o país escolhido por ter uma grande semelhança cultural com Zanzibar e porque, afirma Marinho, tem custos menores do que as outras nações do Oriente Médio. Ele, Taís e as filhas, de 1 ano e 7 anos, que nasceram o Brasil, se mudaram para Mascate, a capital omani. Abrir a trading em Omã demorou três semanas. Em Zanzibar, foram necessários sete meses. “A burocracia é menor e Omã tem incentivos para o investimento estrangeiro”, afirma.
A principal fonte de receita da empresa vem dos treinamentos, pois, diz Marinho, o mercado do Oriente Médio tem uma demanda muito grande por cafés especiais, que são livres de impurezas e com atributos sensoriais diferenciados, e por profissionais capazes de oferecer um serviço de excelência na extração desses cafés. “Eu tento explorar o que pode trazer para cá. O cliente daqui é mais exigente por causa do seu poder de compra”, diz. Os treinamentos que oferece, afirma, são o primeiro passo de um projeto maior: “Vou explorar o máximo que eu posso e vejo um potencial enorme para crescer”, diz.
Enquanto isso, Marinho mantém o café em Zanzibar, hoje administrado por uma gerente que ele treinou e formou quando viveu na nação africana. Puzzle, inclusive, sempre foi o nome que ele pensou para o dia em que fosse o “CEO” do seu próprio negócio. “Puzzle, em inglês, significa quebra-cabeças. E a vida é um eterno quebra-cabeças para montarmos”, diz.
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Leonardo Marinho
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