Marina Sarruf, enviada especial
Dubai – As 45 empresas brasileiras que participaram da Index, maior feira de móveis e decoração do Oriente Médio, realizaram contatos que poderão gerar US$ 11,3 milhões em negócios nos próximos 12 meses. Durante o evento foram fechados cerca de 80 pedidos no valor de US$ 3 milhões. "As empresas estão muito satisfeitas com o resultado, tanto que a projeção de negócios para os próximos 12 meses é de quase quatro vezes maior que o valor gerado na feira", afirmou o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Fernandez.
A feira, que terminou neste sábado (11), recebeu mais de 40 mil visitantes, principalmente da região do Golfo Arábico. "O mercado árabe é muito promissor para as empresas brasileiras. Muitas construções estão sendo feitas na região, o que demanda um grande volume de móveis", disse Fernandez. Segundo ele, a simpatia dos brasileiros ajuda nas negociações, mas ainda é preciso trabalhar muito nas questões da qualidade, design e preparo dos empresários para conquistar o mercado árabe.
O que mais chamou a atenção dos compradores árabes foi o diferencial do produto brasileiro, como por exemplo, os objetos de decoração em alumínio do designer Sarquis Sâmara, que fechou 50 pedidos na feira e vendeu todo seu mostruário no primeiro dia. "Eu fiquei maravilhado com a aceitação dos meus produtos na feira. As pessoas que entravam no estande diziam que não pensavam que podiam encontrar esse tipo de produto no Brasil", disse ele.
O sucesso das peças de decoração foi tanto que diversos importadores dos países árabes demonstraram interesse em abrir lojas exclusivas com os produtos brasileiros. "Agora vamos estudar as possibilidades", disse Sâmara, que fechou pedidos para Egito, Omã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Líbano, Rússia, Itália, Alemanha e Romênia.
Outros produtos que tiveram boa aceitação dos árabes foram as peças de decoração em cristais transparentes e coloridos da empresa Cristais Di Murano, que além de ter vendido todas as peças do mostruário nos primeiros dia da feira, fechou um pedido de cerca de 200 peças para o Kuwait.
Já para a fabricante de móveis para dormitórios, a Movelar, os contatos realizados ajudaram a conquistar mais três novos mercados nos países árabes: Jordânia, Kuwait e Djibuti. Sem contar com a renovação do contrato com seu distribuidor em Dubai, a companhia fechou pedidos para embarcar cinco contêineres, um total de 190 conjuntos de cama, criado-mudo, cômoda e guarda-roupa.
Além das nações árabes, as empresas brasileiras fecharam pedidos para outros países, como Nigéria e Uganda. A Divicar, fabricante de móveis para quartos infantis, vai embarcar 120 peças para importadores dos países africanos e também da Palestina. "Esse ano a feira foi melhor que o ano passado. Fizemos 65 contatos, sendo que seis são muito promissores", afirmou o diretor comercial da empresa, Carlos Carvalho.
Outra fabricante que saiu satisfeita da Index foi a BRV Móveis, do Rio Grande do Sul. A empresa vai embarcar cerca de 700 peças, entre racks, estantes e mesas de centro para Dubai e Gana. "Pretendo voltar no ano que vem e trazer nossa linha de alto padrão porque senti que agradou os árabes", disse a gerente de exportação, Leandra Piccin.
Recorde de expositores
A Index, que contou com a participação de 1.650 expositores de 57 países, bateu o recorde em número de empresas participantes e de área total ocupada, com 35.380 metros quadrados.