Marina Sarruf
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São Paulo – A meta da empresa Café Canecão, de Campinas, interior de São Paulo, é dobrar as exportações de café este ano. Segundo o gerente de exportação da companhia, Khalil Fraig, os países árabes são o alvo da companhia. Ele espera que em quatro anos os países árabes sejam responsáveis por 70% da produção. Para consolidar a marca na região do Golfo Arábico, presente há cinco anos, a Café Canecão vai participar da Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio, que será realizada entre os dias 24 e 27 de fevereiro em Dubai, nos Emirados Árabes.
"Dubai é uma entrada para toda região do Golfo, que tem um potencial econômico muito grande. Além disso, essa é uma feira na qual vão compradores do Golfo todo", afirmou Fraig, que vai levar 150 quilos de café como mostruário. Segundo ele, a empresa exporta, atualmente, cerca de 20% de sua produção, mas quer aumentar em 40% este ano. Emirados Árabes, Catar, Kuwait e Arábia Saudita já importam o café da companhia brasileira. "Os árabes são grandes consumidores de café e adoram o café brasileiro", disse.
O maior cliente da empresa é um distribuidor da Arábia Saudita, que começou a importar há três anos e passou a exigir, este ano, que o café seja embalado com a marca saudita. O cliente tem duas redes de cafeteria e um supermercado, que vendem o café brasileiro. Os demais distribuidores da empresa importam com a marca Café Canecão, que de acordo com Fraig, já é conhecida entre os árabes.
Segundo Fraig, a empresa exporta, em média, um contêiner por mês para o mercado árabe, que varia de 18 mil a 20 mil quilos cada em volume e US$ 80 mil a US$ 100 mil em valor. Além dos países árabes, a companhia exporta para o Japão, África do Sul e Nova Zelândia. "A idéia é trabalhar com um distribuidor em cada país", disse Fraig. Além do potencial econômico dos países do Golfo Arábico, Fraig afirma que os impostos desses países também são bem mais baixos, o que torna os preços do Café Canecão mais competitivos.
Além da Gulfood, na qual a empresa vai participar pela primeira vez, Fraig costuma expor em feiras do setor de alimentos na Europa, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Barhein. Umas das facilidades de Fraig em negociar com os empresários árabes é a questão do idioma, já que por ser filho de sírios ele fala árabe fluentemente. "Isso facilita muito porque os árabes gostam de trabalhar com pessoas que falam a língua deles. Eles se sentem mais confiantes", disse.
Fraig disse ainda que os árabes priorizam as amizades, o que é muito importante para se fazer negócios posteriormente. Apesar do Café Canecão já ter bons contatos no mercado árabe, Fraig afirma que é preciso mais apoio do governo brasileiro para ajudar as pequenas e médias empresas no mercado externo. O gerente elogiou o trabalho da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que está promovendo a participação da feira com o Ministério da Agricultura, e disse também que já participou de outros eventos promovidos pela entidade.
Empresa
A Café Canecão, que está no mercado há mais de 40 anos, é responsável pela torrefação, moagem e comercialização dos cafés da marca Canecão. Sua produção diária é de cerca de 10 toneladas de café beneficiado e pronto para o consumo. Entre os cafés industrializados produzidos por ela estão o torrado e moído, tradicional em grão, extra forte, expresso em grão e em sachê, tipo exportação e solúvel. Além desses, a empresa também trabalha com a exportação do café cru. A empresa emprega 170 funcionários.
Contato
Café Canecão
Tel. +55 (19) 3343-3133
Site: www.cafecanecao.com.br