Marina Sarruf
São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Federação das Câmaras de Comércio da Síria formalizaram ontem (14) a criação de um conselho empresarial para fortalecer as relações comercias entre os dois países. Nos próximos seis meses serão levantados os setores nos quais há maior potencial de negócios entre as empresas sírias e brasileiras. "No prazo de um ano, no máximo, o conselho já estará funcionando", afirmou o presidente da Câmara Árabe, Antonio Sarkis Jr.
Participaram do ato, na sede da Câmara em São Paulo, Sarkis, o chefe da delegação empresarial da federação síria que está na cidade, Saleem Altoun, o secretário-geral da Câmara, Michel Alaby, e o diretor da entidade, Mustapha Abdouni.
Segundo Sarkis, as duas entidades assinaram um acordo em 2003, no país árabe, que já previa uma série de ações para aumentar as relações bilaterais, uma delas era justamente a formação de um conselho empresarial. "Com essa aproximação todos têm a ganhar. Queremos aproximar cada vez mais o Brasil da Síria e aumentar os números do comércio bilateral", disse Sarkis.
De acordo com Altoun, as relações entre os dois países estão melhorando cada vez mais. "Acredito que para o ano que vem as importações sírias vão dobrar", disse. Para ele, as rodadas de negócios realizadas na quarta e na quinta-feira pela Câmara Árabe, entre a delegação síria e empresários brasileiros, foram muito positivas. "Todos fizeram bons contatos. Agora vamos analisar os preços e a qualidade dos produtos oferecidos. Acho que futuramente será possível fechar novos negócios com empresas brasileiras", disse Altoun.
De acordo com Sarkis, o mercado sírio está se abrindo, o que traz oportunidades para as empresas brasileiras. "Esta é a hora de estar presente e conquistar o mercado", afirmou. Ontem, compareceram cerca de 30 empresários do Brasil para os encontros de negócios.
Interesses
O diretor de negócios da 4 Trade, de Chapecó (SC), Alexandre Tadeu Câmara, compareceu às rodadas para oferecer produtos do setor de alimentos para os sírios. "Estamos tentando abrir as portas no mercado árabe", disse ele, que fez os empresários provarem sucos de fruta, café, chocolate, pepino em conserva, entre outros.
Outra empresa do setor de alimentos que tem interesse de entrar no mercado árabe é a Liotécnica. "Vim oferecer extrato de malte, de carne, vegetais e frutas desidratadas", disse a representante do departamento de exportação da empresa, Daniela Meireles Carvalho. A Liotécnica exporta cerca de 10% de sua produção para dez países.
Para o empresário sírio Hasan Jawad, do grupo Jawad, os encontros foram positivos. Ele tem interesse em importar madeira, pneus e metais. Jawad compra madeira da Europa e da Ásia para exportar para outros países, como Iraque e Jordânia.
Já o diretor da empresa Síria Al Thuria, Abdul Karim Al Nabhan, tem o interesse de exportar azeite de oliva. "Ainda não exportamos para a América do Sul, mas percebi que os países da região têm muito interesse", disse. A Al Thuria tem capacidade para produzir de 10 a 12 toneladas de azeite por ano.
Antes de chegar ao Brasil, a delegação síria passou por Cuba e Venezuela. Eles ainda vão visitar a Argentina. Participaram das rodadas também empresários dos setores de material de construção, café, tecidos e laticínios.