Doha – O governo do Catar quer promover o desenvolvimento de pequenas e médias empresas privadas e transformar o país em um centro para o segmento. Esse deve ser um dos temas tratados neste sábado (26) no seminário empresarial que ocorrerá durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Doha.
De acordo com a vice-gerente geral da Associação dos Empresários Catarianos (QBA, na sigla em inglês), Sarah Abdallah, o governo anunciou um programa de 2 bilhões de riais (US$ 550 milhões) para incentivar os pequenos e médios empreendedores.
Apresentar as oportunidades de negócios e de investimentos no Catar e no Brasil é o objetivo do seminário, promovido pelos dois governos, pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a QBA.
Segundo Sarah, o setor mais importante do país árabe é o de gás natural, mas o governo lançou um plano, chamado de “Visão 2030”, com estratégias para diversificar a economia. Uma das áreas prioritárias é a indústria, já que o Catar tem fontes de energia em abundância e grandes extensões de terras disponíveis para a instalação de linhas de produção. O ramo bancário é uma prioridade também.
A executiva afirmou que o gás sempre será o setor mais importante, mas a ideia é buscar uma economia “mais balanceada”. Em sua opinião, o Brasil pode contribuir com suas experiências em diversas atividades econômicas. Ela destacou que a visita de Lula e o seminário empresarial ocorrem em um momento em que o Catar busca novos mercados e novos relacionamentos internacionais.
Na seara dos investimentos, de acordo com Sarah, os destaques deverão ser as áreas de energia, no caso do Catar, o agronegócio, no que diz respeito ao Brasil, “e outras [atividades] onde haja oportunidade de interagir”. “Queremos saber quais são os interesses comuns”, declarou.
Outro ramo que o Catar quer desenvolver, de acordo com a executiva, é o turismo, especialmente o voltado para os negócios. Nesse sentido, ela acredita que a inauguração, em junho, do vôo direto da Qatar Airways entre Doha e São Paulo vai ajudar nesse objetivo, e nos negócios em geral. “As relações entre os dois países já vêm crescendo, mas a distância é sempre um problema. O vôo vai tornar o trabalho mais fácil”, afirmou.
Ela acrescentou que os dois governos e as entidades setoriais estão empenhados em “criar uma plataforma comum” para viabilizar negócios entre as empresas privadas. Segundo Sarah, cerca de 100 empresários catarianos confirmaram presença no seminário. Do lado brasileiro, 40 representantes de empresas devem acompanhar o presidente Lula a Doha. O presidente chega ainda nesta sexta-feira à capital catariana.