São Paulo – O setor privado é primordial para o crescimento do Oriente Médio e Norte da África, mas para que ele impulsione a economia local e se desenvolva é necessário que entraves sejam removidos. É o que aponta um estudo do Banco Mundial, divulgado nesta segunda-feira (25), que consultou mais de seis mil empresas em oito países da região.
O relatório foi feito com base em pesquisa junto a empresas do Egito, Djibuti, Jordânia, Líbano, Marrocos, Tunísia, Iêmen e nos territórios palestinos da Cisjordânia e Faixa de Gaza, e perguntou sobre os obstáculos que o setor privado enfrenta na região. O trabalho foi realizado pelo Banco Mundial, em parceria com o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, na sigla em inglês) e com o Banco Europeu de Investimento (EIB).
As empresas apontaram a instabilidade política, a corrupção, a falta de um sistema de fornecimento de energia confiável e o acesso inadequado a financiamentos como empecilhos para o seu crescimento. Entre os problemas encontrados por elas para inovar e crescer mais estão barreiras ao comércio e a escassez de trabalhadores bem treinados.
“Estratégias para apoiar empresas a aumentar sua produtividade, assim como o processo de realocação de recursos em busca de empresas mais produtivas, deveriam ser uma prioridade alta para as autoridades públicas na região”, destaca o relatório. O documento aponta quatro áreas que precisam de políticas específicas: melhora do ambiente de negócios; melhora do acesso a financiamentos; melhorias na educação, emprego e capacitação; e promoção do comércio, concorrência e inovação.
De acordo com o documento, é necessário que se tomem medidas para evitar distorções que impeçam a entrada de mulheres no mercado de trabalho e ofereçam uma educação mais focada para os jovens. Para o Banco Mundial e seus parceiros, também é preciso que se ofereçam incentivos para aumentar treinamentos de capacitação nas empresas.
“Promover o emprego e oportunidades de empreendedorismo, particularmente para homens e mulheres jovens, é vital para aumentar os padrões de vida e promover a estabilidade política e social. A reorientação do sistema educacional da região com habilidades de aprendizado que tenham origem em um treinamento vocacional e relevante para um mundo atual de tecnologia em constante renovação é essencial para melhorar o empreendedorismo e os empregos”, afirmou Kaushik Basu, economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial.
Para a realização de melhorias nas áreas de comércio, concorrência e inovação, o estudo ressalta que a promoção de um aumento de produtividade nas empresas demanda uma maior abertura ao comércio internacional, o que poderia seria apoiado por sistemas aduaneiros e uma regulamentação de comércio mais eficientes, tanto para as importações como para as exportações. Para o Banco Mundial, uma concorrência maior também poderia ser promovida com a redução de restrições sobre o investimento estrangeiro e à entrada e saída de empresas.