Silwan Abbassi*
Brasília – O presidente da Síria, Bashar Al Assad, assinou esta semana um decreto estabelecendo a criação da Bolsa de Valores de Damasco, segundo informações do Asharq Alawsat, principal jornal internacional em idioma árabe. De acordo com o ministro das Finanças do país, Mohamed Al-Hussein, a instituição estará pronta para entrar em operação no primeiro trimestre de 2007.
O ministro acrescentou que a legislação sobre a Bolsa vai garantir transparência e contabilidade fácil, com regras que estimulam a integridade e boa governança das operações. Al-Hussein acrescentou que a Síria está realizando reformas em seu sistema financeiro e a criação de um mercado de ações será um importante passo nesta direção.
Segundo o Asharq Alawsat, o ministro declarou ainda que o governo sírio quer ampliar o volume de investimentos na economia local e estimular os cidadãos a aplicar dinheiro nas empresas do país, criando assim mais oportunidades de empregos.
De acordo com o jornal, a Federação das Câmaras de Comércio da Síria e a Câmara da Indústria de Damasco manifestaram satisfação com a criação da bolsa de valores e com a perspectiva de mudanças que ela pode trazer para a economia do país.
Segundo o presidente da Câmara da Indústria, Imad Ghariouati, várias companhias familiares e investidores estão interessados em colocar ações à venda na bolsa de Damasco, dadas as possibilidades de desenvolvimento das empresas de capital aberto.
Perfil
As principais atividades industriais da Síria são a petrolífera, alimentícia e têxtil. De acordo com informações da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, o PIB do país chegou a US$ 21,7 bilhões em 2005, sendo que ela tem uma população de 19 milhões de pessoas, o que resultou em um PIB per capita superior a US$ 1,1 mil.
De janeiro a agosto deste ano, as exportações brasileiras para Síria renderam US$ 83,21 milhões, o que representou uma queda de 27,8 % em relação ao mesmo período do ano passado. Já as importações brasileiras do país árabe somaram US$ 37,65 milhões, contra US$ 44,14 milhões nos primeiros oito meses de 2005.
Os principais produtos que o Brasil exportou para Síria foram açúcar, café, automóveis, óleos lubrificantes e papéis. Por outro lado, as importações brasileiras do país árabe foram naftas para petroquímica, sementes de anis, fios de algodão e alcaparras em conservas.
*Tradução de Mark Ament