São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje (22), em Brasília, o primeiro-ministro do Kuwait, Nasser Al-Sabah, que está em viagem ao Brasil acompanhado de uma delegação de autoridades e representantes do setor privado do país árabe. De acordo com informações do Itamaraty, a visita é inédita.
O Ministério das Relações Exteriores informou que Lula e Sabah deverão conversar sobre a situação política no Oriente Médio e a crise financeira internacional. O encontro antecede uma viagem do chanceler Celso Amorim que inclui países da região como Síria, Palestina, Israel e Turquia.
Os dois governos vão assinar acordos sobre serviços aéreos e de cooperação esportiva. Segundo o Itamaraty, no passado foram assinados tratados bilaterais sobre a realização de consultas políticas, de cooperação e na área cultural.
Junto com Sabah estão os ministros kuwaitianos de Assuntos Estrangeiros, Mohammad Al-Sabah, das Finanças, Mustafa Al-Shamali, e da Indústria e Comércio, Ahmad Al-Haroon; o diretor-gerente da Kuwait Investment Authority (KIA), que é o fundo soberano do país, Bader Al-Saad; o diretor-gerente do Kuwait Fund for Arab Economic Development, órgão que financia projetos em países em desenvolvimento, Abdulwahab Al-Bader; o diretor da Câmara de Comércio e Indústria do Kuwait, Sayer Bader Al-Sayer, o vice-presidente da Associação dos Bancos do país, Majed Al-Ajeel, além de outras autoridades e empresários.
A delegação está fazendo um giro pela América Latina que inclui outros oito países: Chile, Uruguai, Argentina, Guiana, México, Trinidad e Tobago, Antiga e Barbuda e Cuba.
Negócios
Ontem, em São Paulo, o primeiro-ministro teve uma reunião com o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, e o vice-presidente de Relações Internacionais da entidade, professor Helmi Nasr. De acordo com Nasr, o premiê fez vários elogios ao governo e ao povo brasileiro. O professor destacou que Sabah ficou surpreso em saber que no Brasil vivem cerca de 12 milhões de pessoas de origem árabe.
O primeiro-ministro, segundo Nasr, afirmou que muitos empresários do Kuwait estão interessados em investir no Brasil e na ampliação dos negócios bilaterais. Ele destacou que o Brasil tende a ser uma potência econômica e as relações entre os dois países serão mais fortes.
De acordo com o Itamaraty, o Kuwait é um dos maiores emissores mundiais de investimentos estrangeiros diretos, mas as aplicações em negócios no Brasil “estão abaixo da média de seus ativos em outras partes do mundo”. Isso, na avaliação do ministério, “demonstra a importância de promover o conhecimento recíproco e a ampliação do horizonte da cooperação econômico-comercial bilateral”.
As exportações do Brasil ao Kuwait renderam US$ 115,5 milhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 5% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os principais itens embarcados foram frangos, carne bovina, carnes industrializadas, óleo de soja e chapas de alumínio.
Na outra mão, o Brasil importou o equivalente a US$ 79,2 milhões do país árabe, ante importações praticamente inexistentes nos primeiros seis meses do ano passado. Os principais produtos comercializados foram querosene de aviação e petroquímicos, de acordo com o MDIC.