Marina Sarruf
São Paulo – Representantes das embaixadas africanas no Brasil, entre elas as do Marrocos e da Tunísia, vão se encontrar hoje (02) em Brasília com diretores e pesquisadores da Assessoria de Cooperação Internacional da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O encontro tem como objetivo a discussão dos projetos na área de agricultura tropical que serão realizados na nova unidade da Embrapa na África.
"Queremos discutir com os embaixadores como podemos cooperar com cada país africano e informar que o escritório da Embrapa em Gana já está funcionando", disse o consultor para assuntos internacionais da presidência da Embrapa, Roberto Castelo Branco. O escritório da Embrapa foi inaugurado em dezembro do ano passado na cidade de Acra com o objetivo de aumentar a cooperação brasileira com os países da África.
Segundo Castelo Branco, a abertura do escritório na África faz parte da política externa do governo brasileiro, que planeja repassar os conhecimentos agrícolas às nações africanas. "Queremos transferir tecnologia e conhecimento para combater a fome e a pobreza e gerar riquezas nos países africanos", afirmou.
Na reunião também será discutida a formação de parcerias com o Banco Mundial e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. "Vamos apresentar um modelo de como nossa cooperação pode ser usada para a formação de parcerias com organismos multilaterais", disse Castelo Branco.
De acordo com o ministro conselheiro da embaixada do Marrocos, Salah Limi, que vai participar da reunião, o país árabe tem muito interesse na transferência de tecnologia nas áreas de gestão recursos hídricos, irrigação e agricultura. "Com o escritório em Gana vai ser mais fácil firmar uma cooperação entre o Brasil e o Marrocos", disse. "Temos muito interesse também no intercambio de delegações", completou Limi.
No ano passado, pesquisadores marroquinos de institutos de ciência e tecnologia em agronomia e veterinária estiveram no Brasil para conhecer a Embrapa. "Com a transferência de conhecimento da agricultura tropical brasileira poderemos ajudar a combater a fome e ter um desenvolvimento sustentável", disse Limi.
Outro país árabe que também já demonstrou interesse em aprender com a tecnologia brasileira é a Tunísia. No ano passado uma missão de quatro pesquisadores da Embrapa Florestas, de Curitiba, no Paraná, viajou à nação árabe para desenvolver um projeto na área de formação e manejo de eucaliptos para a obtenção de madeira. O conselheiro da embaixada da Tunísia em Brasília, Ridha Bouguerra, também participará da reunião na sede da Embrapa.