São Paulo – A partir de dezembro, o zoológico de Brasília terá dois novos moradores. Trata-se de um casal de camelos doados pela cidade de Luxor, no Egito, como primeira ação de um acordo que tornou Brasília e Luxor cidades-irmãs.
Segundo Raul Gonzalez, diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, é a primeira vez que o parque recebe uma doação de animais vinda de um país árabe. O lugar já chegou a ter um casal de camelos anteriormente, vindos de uma apreensão realizada pelo IBAMA em um circo. No entanto, as fortes condições de maus tratos a que os animais foram submetidos antes de chegarem ao zoológico levaram à morte da fêmea e à impossibilidade da exibição do macho ao público.
"Nós temos um interesse muito grande em ter um casal de camelos que possamos exibir", disse Gonzales. "O Distrito Federal nunca teve uma mostra de casal de camelos, que é o animal que identifica a comunidade árabe", completou o diretor.
Ele conta que os animais ficarão expostos juntos a outros também vindos da África. Para o diretor, a presença dos camelos nesta ala lembrará ao público que os países árabes não estão somente no Oriente Médio, mas também no continente africano. Atualmente, a área da África conta com 30 animais, entre elefantes, girafas, adaces, entre outros.
No total, o parque tem mais de 1,3 mil animais de 300 espécies diferentes e de todas as partes do mundo, distribuídos em uma área de 139 hectares. Por ano, o zoológico de Brasília recebe mais de um milhão de visitantes.
Cidades-irmãs
O acordo que tornou Brasília e Luxor cidades-irmãs foi assinado nesta segunda-feira (22), no Egito, entre a vice-governadora do Distrito Federal, Ivelise Longhi, e o governador de Luxor, Samir Farag.
Segundo nota da assessoria da vice-governadora, a parceria deve viabilizar futuros intercâmbios culturais, turísticos e de informações sobre preservação de patrimônios entre as duas cidades. O convite para o acordo foi feito por Farag em julho, durante a reunião do comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, realizada em Brasília.
Ainda de acordo com a nota, os egípcios ficaram interessados em saber mais detalhes sobre os desafios que a capital brasileira enfrenta ao equilibrar o desenvolvimento da cidade com a preservação. "Além dos acordos relativos aos nossos esforços em ampliar o turismo sustentável, também esperamos com este acordo divulgar em Brasília a típica dança folclórica de Luxor", afirmou o governador egípcio durante o evento.
Já Ivelise destacou a importância da troca de experiências na conservação de áreas tombadas e no incentivo ao turismo cultural entre as duas cidades. "Podemos perceber o cuidado com que Luxor é tratada pelos seus governantes e pela sua população. Notamos a estrutura e organização para receber turistas do mundo inteiro e, sobretudo, a preocupação e o carinho das pessoas que trabalham nos principais pontos de visitação em preservar os monumentos", declarou a vice-governadora, segundo nota da assessoria.