São Paulo – O Brasil está no foco do ramo de plantas aromáticas e medicinais do Egito. Representantes do projeto Emap (Egyptian Medicinal and Aromatic Plants) estão no País para conhecer o mercado nacional e buscar importadores para seus produtos. Eles visitam a feira Food Ingredients South America, em São Paulo, e participam de reuniões com empresas locais organizadas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, até sexta-feira (21).
O Emap foi criado em 2011, em uma parceria entre o governo da Suíça e do Egito, sendo gerenciado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), com o objetivo de promover o setor de plantas medicinais e aromáticas do país árabe.
“Isto envolve produtos de ervas e especiarias, óleos essenciais e todos os tipos de itens que podem ser usados como remédios e aditivos alimentares”, explicou Mahmoud Abdelsalam, coordenador nacional do projeto, durante visita à Câmara Árabe. “Nós exportamos cerca de 90% de nossa produção e trabalhamos com produtores de todos os segmentos da cadeia de valor no Egito, como agricultores, comerciantes, exportadores e também provedores de serviço, como empresas certificadoras, institutos governamentais e centros de pesquisa.”
Abdelsalam explica que, antes de vir ao Brasil, foi feito um estudo prévio do país, no qual eles identificaram que o Brasil importa produtos como óleos essenciais, ervas, especiarias e plantas farmacêuticas da Argentina, Índia, Alemanha e outros países. Para ele, isto pode representar uma oportunidade ao Egito, já que o país também produz e já exporta estes itens à União Europeia e aos Estados Unidos. Segundo ele, apenas algumas empresas participantes do Emap vendem diretamente ao Brasil.
“Estamos visitando a feira para identificar um grande número de importadores que lidam com os mesmos produtos que nós, para que possamos aumentar e expandir nosso leque de exportações ao Brasil, que é um mercado novo para as companhias egípcias.” Segundo ele, a escolha do Brasil como mercado-alvo do setor é uma demanda dos próprios exportadores egípcios, que consideram o país um “lugar cheio de oportunidades”.
O executivo afirmou que esta é uma viagem prospectiva e que o projeto pretende realizar uma missão de negócios ao País composta por exportadores do setor em dois ou três meses.
Atualmente, o Egito produz 69 mil toneladas de plantas medicinais e aromáticas por ano, disse Abdelsalam. As exportações rendem cerca de US$ 120 milhões por ano. O Emap atua com 130 exportadores egípcios, que representam entre 80% e 90% dos exportadores formais da área naquele país.
O Emap atua com dois grandes focos, o primeiro visa melhorar a qualidade das etapas da cadeia produtiva das plantas, o segundo é oferecer acesso ao mercado externo aos produtores com os quais atua.
De acordo com a espanhola Maria Teresa Poveda, diretora técnica do Emap, o projeto tem três pilares de atuação no mercado externo. Um deles atua no desenvolvimento do produto, buscando por novas plantas com alta demanda mundial e que possam não existir no Egito, além de incentivar a exportação de produtos de valor agregado, em vez de matéria-prima. O segundo é um consórcio que une pequenas e médias empresas para que exportem juntas, tendo mais força junto aos competidores internacionais. O terceiro atua com a participação em feiras internacionais e com a promoção de reuniões entre os exportadores egípcios e compradores estrangeiros.
“Assim, fazemos ligações com iniciativas nacionais e internacionais para ajudar nossas empresas em termos de informações de inteligência de mercado e encontros com compradores internacionais”, destacou Poveda.
O projeto Emap tem duração de quarto anos e segue até o final de 2014. Atualmente, os principais compradores de plantas medicinais e aromáticas do Egito são Estados Unidos, Europa, Japão e Austrália. Mais informações sobre o Emap estão disponíveis no site www.emap-eg.org.