São Paulo – Técnicos de 28 países africanos estão no Brasil para participar da segunda edição do programa “Diálogo Brasil-África em Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural”, realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). De 04 a 15 de abril, os profissionais passarão por treinamentos técnicos e teóricos sobre a produção de alimentos no Brasil, especialmente voltados ao cultivo de soja e milho. Entre os profissionais participantes, estão técnicos de seis países árabes.
A coordenação do evento é da Agência Brasileira de Cooperação, órgão do Itamaraty, e tem apoio dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura Pecuária e Abastecimento e do Desenvolvimento Social.
Do Norte da África estão presentes profissionais da Argélia, Egito, Marrocos, Mauritânia, Sudão e Tunísia. Ao todo, o programa irá capacitar 49 participantes em dois módulos.
O primeiro deles, de 40 horas, tem como tema “Agricultura: Motor do Desenvolvimento Econômico e Social”, e apresentará um retrato da agricultura no Brasil, como relata Guida Gorga, coordenadora-executiva do curso, que está sendo organizado pela Embrapa Estudos e Capacitação, no âmbito do Programa Diálogo Brasil-África.
“Mostraremos o homem, o trabalhador rural, e também a geografia de produção, a organização política e social, as políticas públicas e a importância da pesquisa agropecuária no desenvolvimento da agricultura”, conta ela.
Segundo Guida, as savanas africanas têm condições muito parecidas com as do cerrado brasileiro, fato que terá ênfase no curso, de modo a aproximar as realidades das duas regiões.
Na parte prática do curso, que também terá 40 horas de duração, os participantes serão divididos em dois grupos, um de 25 técnicos que irá para Sete Lagoas, em Minas Gerais, para a capacitação em “Sistema de produção de milho para pequena propriedade rural, produção comunitária de sementes de milho e sistema de coleta e conservação de água na propriedade rural”; e um segundo grupo, de 24 membros, que participará do módulo “Cultivo de Soja”, em Londrina, no Paraná.
De acordo com a coordenadora da Embrapa, as áreas em que estes profissionais se mostram mais carentes são em “pesquisa agrícola e tecnologia, genética de sementes, adequação de clima e solo e equipamentos”. Todos os participantes do curso são ligados, em seus países, aos ministérios da Agricultura e de Desenvolvimento Rural, além de centros de pesquisa agrícola, investigação agrária, institutos de extensão rural e universidades.
Histórico
O programa “Diálogo Brasil-África em Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural” foi lançado a partir da participação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula da União Africana de Sirte, na Líbia, em 2009. Ele tem o objetivo de promover uma maior cooperação entre as regiões na área de produção de alimentos.
Em 2010, a Embrapa realizou a primeira etapa dos cursos de capacitação, na qual participaram 42 técnicos de 24 países africanos. De acordo com Guida Gorga, “devido ao sucesso do curso, já está prevista uma terceira edição até o final deste ano”.
Entre os participantes desta edição, além dos técnicos dos países árabes, também estão representantes da África do Sul, Angola, Benin, Botsuana, Burkina Faso, Cabo Verde, Camarões, Costa do Marfim, Eritréia, Gabão, Gana, Guiné Bissau, Mali, Moçambique, Namíbia, Níger, São Tomé e Príncipe, Senegal, República Democrática do Congo, Tanzânia, Uganda e Zimbábue.