Giuliana Napolitano
São Paulo – A meta do governo para o setor de turismo é quase triplicar o número de estrangeiros que vêm o Brasil e chegar à marca de 9 milhões de visitantes por ano até 2007. Mas, apesar do apelo imediato das praias, florestas, verão e outras atrações ligadas ao clima e às belezas naturais do país, o objetivo não é apostar todas as fichas (nem a maioria delas) no lazer. Por isso, além de montar um Ministério específico para o Turismo – que não existia em gestões passadas – o novo governo também criou, na Embratur, um setor que cuida apenas de ações na área de turismo de negócios.
Para este ano, a meta do novo setor é participar de 15 feiras no exterior e de 25 no Brasil, informou à ANBA o gerente da área, Lawrence Reinisch. "O turismo de negócios era negligenciado no país até o final de 2002, mas agora estamos dispostos a investir", declarou.
A principal razão é econômica: segundo Reinisch, enquanto o gasto médio por dia de um turista que está no país a lazer é de US$ 80; no caso do turismo de negócios, o valor sobe para US$ 300. "Isso sem contar os negócios que podem ser feitos", lembrou. "Esse segmento movimenta muito dinheiro".
O plano de atuação da Embratur é promover a participação de estrangeiros em feiras e eventos de negócios no país e também organizar visitas técnicas a empresas, plantações etc. "Partimos do princípio de que tudo pode ser um produto turístico: um rebanho, uma fábrica. Esses turistas estão aqui para fazer negócios, então querem conhecer esses lugares", disse.
No caso dos eventos no Brasil, segundo Reinisch, a intenção é "atrair investidores, potenciais importadores e também jornalistas estrangeiros que possam mostrar a economia brasileira lá fora". Algumas feiras que acontecerão até dezembro no país e já estão no calendário da Embratur são a Francal, do setor de calçados, Fenit (têxtil), ForMobile (móveis), BrasilPack (embalagens), Telexpo (telecomunicações), Feicon (construção civil), Fispal (alimentos), Comdex (softwares) e a Hospitalar (saúde).
O instituto também está participando da Couromoda, que começou hoje em São Paulo, e estuda atuar no Salão do Automóvel. "Estamos avaliando a possibilidade de trazer importadores para essa feira", explicou Reinisch. Isso porque, enfatizou o gerente, além de ampliar o número de turistas estrangeiros que vêm ao Brasil, outro objetivo da Embratur está alinhado com uma diretriz mais ampla do governo: o aumento das exportações.
Nos eventos internacionais, a Embratur irá "mostrar a excelente infra-estrutura para reuniões e eventos coorporativos que existe no Brasil", informou Reinisch. Segundo ele, o foco central de resorts – como os da Costa do Sauípe, na Bahia – é o turismo de negócios. "Lazer são só quatro meses por ano", acrescentou.
Algumas feiras internacionais que estão na lista da Embratur para este ano são a GDS, do setor de calçados, que acontece na Alemanha, e a Fial, de alimentos, que ocorre em Paris.