São Paulo – Os Emirados Árabes Unidos gastam hoje US$ 800 milhões por ano na construção, operação e manutenção de usinas de dessalinização de água do mar. Em 2016, o valor deve chegar a US$ 3,2 bilhões, um aumento de 300%, de acordo com relatório publicado pela empresa especializada Global Water Intelligence (GWI). As informações foram divulgadas pelo site Emirates Business 24/7.
A capacidade atual de dessalinização do país árabe é de 8.885.366 metros cúbicos por dia. Em 2016, esse volume deve chegar a 13.700.138 metros cúbicos/dia, o que representa aumento de 62%. O custo de operação das usinas de dessalinização nos Emirados é hoje de US$ 682,3 milhões, valor que deve subir para US$ 973,5 milhões em 2016.
O aumento nos gastos com dessalinização faz parte de uma tendência mundial ao desenvolvimento de fontes alternativas de água, para combater a escassez crescente.
A previsão para o país árabe leva em conta tanto projetos agendados quanto o aumento esperado na demanda por água, resultante da urbanização, do crescimento econômico e da utilização para irrigação. A capacidade total dos projetos para construção de novas usinas no país é de 2,5 milhões de metros cúbicos ao dia.
Maior demanda
A quantidade de água potável existente no mundo não cresce – pelo contrário, diminui devido à exploração excessiva de recursos hídricos subterrâneos não-renováveis. Já a demanda por água continua aumentando em conseqüência da necessidade de se aumentar a produção agrícola, entre outros fatores.
Grande parte dos recursos hídricos é usada para fins de irrigação, criando uma demanda por novos métodos para abastecer os usuários. No mundo todo, a capacidade de dessalinização, que era de 68,3 milhões de metros cúbicos/dia no início deste ano, deve chegar a 129,9 milhões de metros cúbicos/dia até o final de 2016.
De acordo com Christopher Gasson, editor do relatório Desalination Markets 2010, da GWI, "Os Emirados sempre foram um dos mais importantes mercados de dessalinização do mundo". Gasson salienta a decisão do Departamento de Eletricidade e Água de Dubai de trabalhar com financiamento privado, o que, segundo ele, deverá "abrir o mercado para uma maior variedade de tecnologias e fornecedores".
*Tradução de Gabriel Pomerancblum