São Paulo – A Mubadala Aerospace, braço de aviação da Mubadala Development Company, do emirado de Abu Dhabi, planeja para 2019 o lançamento da primeira aeronave fabricada nos Emirados, segundo informou o diretor comercial da empresa, Abdullah Shadid, ao jornal Gulf News, de Dubai. "Estaremos prontos para construir o primeiro jato dos Emirados em nove ou 10 anos. A meta que estipulamos é 2019. Temos de seguir um processo gradual, partindo da indústria MRO (de manutenção, reparos e reforma)", declarou o executivo.
Segundo Shadid, a Mubadala quer transformar o setor aeroespacial em uma das principais áreas da economia de Abu Dhabi. "Tomamos o setor MRO como precursor para o desenvolvimento de nossa aeronave. Começamos com MRO e nos últimos dois anos passamos a fabricar peças na Strata [fábrica que produz peças para a Boeing] em Al Ain. Este é um passo na direção de construção de aeronaves", declarou o executivo.
Durante a Dubai Airshow, em novembro de 2011, foi firmado um contrato entre a Boeing e a Strata, que é da Mubadala, para produção de peças para a fabricante de aeronaves norte-americana. "Creio que seja possível os Emirados produzirem suas próprias aeronaves. É importante para o país ficar competitivo", declarou Lida Mantzavinou, analista do setor de aviação na consultoria internacional Frost and Sullivan.
"A Mubadala já tem a Strata, uma fabricante de produtos compostos. No futuro próximo, será necessária a expansão da indústria aeroespacial. Mas é necessária a participação de outras empresas no setor na região para que seja construída a aeronave", declarou ela. "Se estiver sozinha, será difícil. Atualmente só a Strata trabalha na área", complementou.
Entretanto, segundo Mantzavinou, a indústria MRO no Oriente Médio está em uma fase de crescimento e deve alcançar US$ 7 bilhões de faturamento até 2020. Segundo a consultora, o setor também crescerá em outras regiões, como Europa, América do Norte e África. Segundo Tom Cooper, vice presidente da consultoria TeamSAI, a receita do setor nos Emirados está estimada em US$ 3,1 bilhões e deve alcançar US$ 4,9 bilhões em 2021. Já David Stewart, vice presidente da consultoria ICF SH&E, afirma que o mercado na região é de US$ 3 bilhões. Mundialmente, a receita do setor é de US$ 53 bilhões e deve superar os US$ 76 bilhões em 2021.
As empresas aéreas do GCC são responsáveis por 72% dos gastos no setor no Oriente Médio. A Emirates é responsável por 32%; a Qatar Airways por 13%; a Saudi Arabian Airlines por 11%; Etihad Airways por 8%, Gulf Air e Oman Air 3% cada e a Kuwait Airways por 2%.
*Tradução de Mark Ament