Dubai – A empresa digital Tradeling, com sede em Dubai, teve um crescimento de 25 vezes em volume de mercadorias em 2021, e de 34 vezes em sua base de clientes. A companhia é voltada a transações B2B na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA) e quer trazer mais produtos brasileiros para a região.
O e-commerce da empresa conecta vendedores e compradores de diversos setores, como alimentos e bebidas, escritório e papelaria, saúde e bem-estar, eletrônicos, moda e acessórios, automotivo, entre outros. Fundada em 2020, dentro da iniciativa governamental Dubai 10x, a startup recebeu apoio da Autoridade da Zona Franca do Aeroporto de Dubai (Dafza) para crescer.
A empresa foi fundada em fevereiro de 2020 por meio da iniciativa governamental Dubai 10x e é financiada pelo governo do emirado. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira visitou a sede da companhia associada, que fica na Dafza.
O presidente da Câmara Árabe, Osmar Chohfi, e o secretário-geral da entidade, Tamer Mansour, foram recebidos pelo CEO da empresa, Marius Ciavola, pelo diretor de operações Stefano Maggioli e pela gerente de comunicação Hadil El Maki. “Começamos na Gulfood [maior feira de alimentos e bebidas da região], com alimentos e bebidas, e com a pandemia tivemos que nos adaptar e reavaliar, e com isso incluímos produtos de saúde e bem-estar, eletrônicos, papelaria e materiais de construção”, contou Ciavola em sua apresentação. Hoje a empresa tem mais de dez categorias de produtos.
Com o crescimento exponencial, a companhia conta hoje com 180 funcionários de 36 nacionalidades.
“Nós facilitamos o trabalho para quem quer importar ou produzir”, disse Ciavola. O CEO assumiu o cargo na empresa em março deste ano. A Tradeling agora tem como foco a expansão para o Egito e a Arábia Saudita, com escritórios locais. Por enquanto, já há desenvolvedores nos dois países, mas a ideia é ter um time de vendas e marketing nesses escritórios para expandir de forma local.
A Tradeling atende todos os países do GCC e oferece apoio em finanças, certificações, frete, entre outros serviços para as empresas. Agora, eles estão investindo no que eles chamam de fulfillment centres, ou centros de distribuição. São armazéns estrategicamente localizados para oferecer entrega mais rápida para os clientes. Esta é uma estratégia da Amazon que eles estão implementando na empresa, Ciavola contou. Ele já trabalhou na companhia americana.
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A empresa não cobra taxas pelos serviços prestados, mas apenas uma taxa de 5% a 8% sobre o que é vendido a partir de sua plataforma. “Quando colocamos o produto no fulfillment centre, ficamos com a custódia do produto por contrato e ajudamos as empresas a venderem aqui, então cobramos uma taxa de 1% a 2% maior”, explicou o CEO. Eles já contam com dois centros de distribuição em Dubai e pretendem ter mais um em breve. A empresa não consegue estocar alimentos perecíveis, somente secos e não perecíveis, e os demais produtos.
A companhia tem como clientes grandes empresas como Amazon, Apple e Unilever, e conta com a parceria de diversas entidades internacionais, como a Câmara Árabe, a Dubai International Financial Centre e o Ministério de Relações Exteriores do Chile (ProChile).
O embaixador Osmar Chohfi disse que ficou impressionado com a apresentação de Ciavola. Tamer Mansour disse que a empresa pode ajudar muito as companhias brasileiras que não conseguem trazer seus produtos sozinhas e que seria interessante introduzir pequenas e médias empresas brasileiras nesse mercado. Ele também informou que alguns bancos brasileiros têm interesse em atuar na região.
A empresa irá assinar um acordo de entendimento (MoU) com a Câmara Árabe para estreitar a colaboração entre as partes. Participaram da reunião a gerente de Relações Internacionais da Câmara Árabe, Fernanda Baltazar, o chefe do escritório internacional da Câmara Árabe em Dubai, Rafael Solimeo e o executivo de Negócios Internacionais, Noury Dweidary.