Marina Sarruf
São Paulo – Empresários brasileiros vão participar da 40ª edição da Feira Internacional do Cairo, principal evento de negócios do Egito, que começa dia 21 de março e segue até o dia 30 do mesmo mês. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira vai ter um estande de 55 metros quadrados, onde estarão representantes de três empresas e de uma instituição brasileira. "Esta é uma feira multissetorial importante para a fixação da imagem do Brasil e da Câmara Árabe no Egito", afirmou o secretário-geral da entidade, Michel Alaby.
De acordo com ele, a Feira Internacional do Cairo é um ótimo ponto de encontro para os empresários brasileiros realizarem contatos e promoverem negócios. Uma das companhias participantes é a Digitel, fabricante de produtos para comunicação de dados, como modems, multiplexadores e roteadores. "Desde o ano passado temos partido em busca deste mercado. Nosso objetivo é ter um parceiro local", disse o responsável pelo mercado internacional da Digitel, José Roberto Flesch.
Essa será a segunda vez que a empresa vai participar de uma feira num país árabe. No ano passado, a Digitel esteve numa feira na Jordânia. "Participar de feiras é a forma que a gente tem utilizado para estabelecer contatos e verificar potenciais clientes locais", disse Flesch. Segundo ele, os produtos e serviços que a empresa oferece dependem de um parceiro local para chegarem ao cliente final. "Ainda não temos uma visão clara desse mercado tecnológico do Egito, não sabemos do seu patamar tecnológico. Nossa participação vai ser o começo de tudo", completou.
Outro ponto destacado por Flesch é que o mercado tecnológico brasileiro ainda não é muito conhecido no exterior. "As pessoas não identificam o Brasil como fonte de tecnologia, eles ficam surpresos, porque a maioria dos fornecedores (do setor) é norte-americano e europeu", disse. Segundo ele, a participação da empresa na feira também vai mostrar a competitividade brasileira.
A Digitel, do Rio Grande do Sul, tem cerca de 180 funcionários e produz em média 10 mil unidades por mês, sendo que 10% a 15% da produção é voltada para o mercado externo. Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Índia, Vietnã e Angola estão entre os principais mercados da empresa. Para aumentar seu faturamento, de cerca de US$ 40 milhões, a empresa vem tentando conquistar novos mercados.
Iluminação
O estande brasileiro também vai ter a presença da empresa Ilumatic, fabricante de luminárias para vias e obras públicas, indústrias, hotéis, hospitais, entre outros. "Queremos entrar no mercado árabe este ano. Depois da feira do Cairo vamos participar de uma feira no Catar também", disse o diretor comercial da Ilumatic, Klaus Diter Lacher.
Segundo ele, a empresa vai mostrar aos árabes as luminárias mais modernas e de alto rendimento para iluminação pública. "Nosso produto é de tecnologia 100% nacional", disse Lacher. De acordo com ele, a empresa produz 400 mil pontos de luz por ano e exporta 3,5%. "Queremos chegar a 5,5% após a participação nas feiras. Estamos apostando no mercado externo", disse. Entre os países para os quais a Ilumatic já exporta estão os da América do Sul e Central, Angola, Portugal e Espanha. Com sede em São Paulo, a empresa emprega 290 funcionários.
Para representar o setor de alimentos na feira, a trading Brasfoods vai mostrar aos árabes algumas especiarias e condimentos brasileiros, como pimenta do reino preta e branca, pimenta rosa, pimenta Jamaica e cravo da índia. Já para representar o setor de carnes, o diretor da Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (Cibal), Mohamed Hussein El Zoghbi, vai estar na feira.
Feira
A Feira Internacional do Cairo ocorre desde 1968 e atrai cerca de 1,5 milhão de visitantes, dos quais 17% são do exterior, de 15 países. De acordo com dados do site oficial da feira, no ano passado, 22% dos visitantes foram pela primeira vez. Participaram 1.330 expositores, dos quais 330 eram estrangeiros.
As exportações brasileiras para o Egito somaram US$ 1,34 bilhão no ano passado, o que representou um aumento de 55,4% em relação a 2005. Os principais produtos embarcados para o país árabe foram carne bovina, açúcar, minério de ferro, alumina calcinada (para produção de alumínio), chassis com motor e carne de frango.
As importações brasileiras do Egito foram de US$ 37,7 milhões no ano passado, contra US$ 31 milhões em 2005. Naftas para petroquímica, algodão, carbono e couros bovinos foram os principais produtos comprados pelo mercado brasileiro.