São Paulo – Em busca de novos mercados para as exportações de software e de serviços de tecnologia da informação, representantes da indústria de TI do Brasil participam do Forrester’s Sourcing & Vendor Management Forum EMEA 2012, evento que acontece nos dias 19 e 20 de junho, em Paris, na França. A presença brasileira no evento tem como foco conquistar clientes no Oriente Médio, África e Europa.
A delegação nacional contará com representantes da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) e das empresas Asyst International + Rhealeza e Stefanini. A participação do país no Forum acontece com o uso da marca Brasil IT+, resultado de uma parceria entre a Brasscom, a Softex e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), criada para representar a indústria de tecnologia no exterior.
"A intenção é aumentar a visibilidade das empresas brasileiras", diz Sérgio Pessoa, diretor de Desenvolvimento de Mercados da Brasscom. Ele conta que, atualmente, 75% das vendas externas do setor de TI do Brasil estão concentradas nos Estados Unidos e que a entidade tem por objetivo diversificar os mercados, buscando oportunidades específicas.
"Estamos segmentando e identificando onde tem potencial para cada setor. Estamos identificando as capacitações distintas das empresas brasileiras", conta. Segundo o executivo, os principais produtos fornecidos pelas empresas brasileiras que podem despertar o interesse dos árabes são os softwares de serviços financeiros e, principalmente, os utilizados no setor de petróleo e gás. "Esta é uma área em que existe um potencial muito grande e é muito promissora na região do Oriente Médio", afirma.
"As perfuradoras (de petróleo) mandam informações em tempo real. A sofisticação no mercado de petróleo e gás é cada vez mais crescente", explica. Em 2011, o total faturado pelo mercado de TI no Brasil foi de US$ 103 bilhões, dos quais apenas US$ 2,6 bilhões foram provenientes das exportações. Neste montante, os países do Oriente Médio e África representam menos de 1%, mas o cenário pode mudar. "Com o crescimento do setor de petróleo e gás, existe a possibilidade desse número dobrar ou triplicar", aponta.
Ele também indica quais os principais entraves ao aumento das exportações brasileiras de TI, como o câmbio e o custo de pessoal, entre outros. "A área de serviços é muito forte na questão de custo de pessoas [tem custos altos] e também temos falta de profissionais no mercado de TI. Outro fator é que o mercado doméstico brasileiro tem crescido mais de 10% ao ano. Em 2011, cresceu 11,3%", afirma. Segundo dados da Brasscom, 70% do que o Brasil exporta em TI concentra-se na área de serviços, 20% em software e 10% em outros itens.
Outro ponto de interesse do Brasil no exterior é a atração de investimentos estrangeiros. "Do total de investimentos estrangeiros diretos que a América Latina recebeu em 2011, US$ 67 bilhões foram para o Brasil. Queremos que estes investimentos alavanquem o setor de TI. Hoje, você já conta com centros como o da IBM, da GE, e há outras empresas que estão montando seus centros de pesquisa e desenvolvimento no país", conta o executivo da Brasscom.
Além do evento na França, a Brasscom estuda a participação na feira Gitex, em Dubai, nos Emirados Árabes, também com foco nas exportações para o mercado árabe.