São Paulo – A maior parte das empresas brasileiras que atuam no exterior pretende realizar novas ações de expansão no mercado internacional. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (23) pela Regus, companhia inglesa que atua no ramo de soluções para espaços de trabalhos flexíveis. No Brasil, 96% das empresas com presença internacional planejam crescer no exterior, contra 61% de intenção de atuação internacional das empresas que só têm presença no mercado interno.
A pesquisa foi realizada em 85 países, com um total de 12 mil participantes (altos executivos) de companhias de pequeno, médio e grande porte. No Brasil, foram 523 entrevistados. A média mundial mostra que 80% das empresas planejam ações de expansão internacional. O relatório indica ainda que as empresas nacionais que atuam no exterior possuem melhores resultados, em lucros ou receitas, do que as focadas no mercado doméstico.
“Isso se deve a um conjunto de diversos fatores. Quando você vai para outros mercados, você mitiga os riscos no seu país. A empresa vai ter o lucro que vem de fora, com uma produção maior ou um leque de clientes maiores”, explica Guilherme Ribeiro, diretor-geral da Regus no Brasil. A pesquisa abrangeu empresas de diversos setores, entre eles têxtil, mineração, eletrônicos, automóveis, consultorias e telecomunicações.
O estudo mostra ainda os principais entraves destacados pelas empresas no que se refere à atuação no exterior. No Brasil, 45% dos participantes apontaram o estabelecimento de um escritório em país estrangeiro como o maior problema para se colocarem no exterior. Para 67%, é preciso ter um gerente regional do país de origem da organização, enquanto 33% prefere um gerente local (do país estrangeiro).
“As empresas pequenas, com menos de 50 funcionários, consideram uma dificuldade significativa montar escritórios em outro país. As empresas grandes não acham que isso tenha muita importância”, destaca Ribeiro. Nas empresas de grande porte, aponta o executivo, a língua é considerada uma barreira maior. “A empresa grande pensa que, além do inglês, é preciso falar o idioma local”, diz.
Em relação aos custos para iniciar uma presença física no exterior, Ribeiro explica que eles não são tão altos. “Por menos de R$ 500 por mês você consegue um endereço em outro país e um telefone. Muita gente acha que é complicado, mas é fácil crescer em outros países”, afirma.
Fora as barreiras de instalação física e idiomas, fatores como conhecimento da cultura local e prospecção de clientes também são outros obstáculos enfrentados pelas empresas com interesse em se internacionalizar.
Entre os países pesquisados, a China é o único no qual as empresas que têm foco no mercado doméstico declararam ter melhores resultados que as que atuam no exterior. A lista de países com altos índices de interesse das empresas em expandir sua internacionalização, como o Brasil, inclui México (92%), Índia, (89%), Canadá (82%), Japão e Estados Unidos (81%). “Existe um número muito grande de empresas vindo para o Brasil”, lembra Ribeiro. “É um número significante de multinacionais vindo para o País”, completa.