São Paulo – A indústria brasileira exportou 8,4 milhões de pares de calçados em abril, um aumento de 11,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os embarques renderam US$ 69 milhões e tiveram crescimento de 0,8% na mesma comparação, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (11) pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Segundo avaliação da entidade, o desempenho aponta o início de um possível processo de recuperação, pois nos três meses anteriores as vendas externas haviam registrado queda em relação aos mesmos períodos de 2015. “Esperávamos uma recuperação já no início do ano, mas os problemas econômicos e políticos do Brasil atrasaram esse momento”, disse o presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, de acordo com comunicado da instituição.
Para a associação, a valorização do dólar sobre o real influencia o aumento das vendas externas, apesar da volatilidade da taxa de câmbio. Ele espera que a definição do cenário político brasileiro ajude a estabilizar as cotações. O Senado decide nesta quarta-feira sobre a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Em caso de aprovação, a presidente será afastada por 180 dias – que é o período previsto para o julgamento – e o vice Michel Temer assume o cargo.
No acumulado de janeiro a abril, o Brasil exportou 40,26 milhões de pares, um avanço de 2,7% sobre o mesmo período do ano passado. A receita com os embarques ficou em US$ 295,83 milhões, um recuo de 4,6% na mesma comparação.
A Abicalçados destaca a recuperação das vendas para Estados Unidos e Argentina, os dois principais destinos dos calçados brasileiros. Os EUA importaram 4,47 milhões de pares de janeiro a abril, um acréscimo de 22% em relação ao mesmo período de 2015, o que rendeu US$ 65,66 milhões, com avanço de 17,5% na mesma comparação. Já os argentinos compraram 2 milhões de pares a US$ 25,73 milhões, com crescimentos de 102% e 52%, respectivamente. A entidade ressaltou também o bom desempenho das exportações para a França, que é o terceiro maior destino.
Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos aparecem na 10ª e na 11ª posições entre os principais importadores do Brasil, respectivamente. Os embarques para estes países, porém, recuaram nos quatro primeiros meses de 2016, tanto em pares quanto em receitas.