São Paulo – O Brasil exportou 48,7 mil veículos em abril deste ano, um aumento de 50,7% em relação ao mesmo mês de 2010, quando as vendas externas foram de 32,3 mil unidades. Houve aumento de 13,9% na comparação com março de 2011, quando as exportações foram de 42,7 mil unidades. No acumulado do ano, o crescimento foi de 9,1%, com a exportação de 168,2 mil veículos de janeiro a abril, contra 154,2 mil unidades no primeiro quadrimestre de 2010. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (06), em São Paulo, pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini.
“Aumentaram as exportações, mas não tanto quanto deviam, se compararmos com 2005, que foi um ano em que exportamos bem”, alertou Belini. O presidente da Anfavea atribuiu o crescimento do quadrimestre a uma recuperação das importações em países da América do Sul, como Peru, Colômbia e Argentina. “Os Estados Unidos também estão se recuperando e, com isso, puxam outros mercados. A África do Sul também está voltando a importar do Brasil”, apontou. Os números de unidades exportadas incluem veículos leves, caminhões e ônibus.
Outros números destacados por Belini foram os da importação de veículos pelo Brasil. De janeiro a abril deste ano, o país importou 245,9 mil unidades, deixando uma balança deficitária em 77,7 mil unidades. “Temos um déficit de quase o dobro na importação de veículos”, destacou. Segundo ele, se o dólar continuar beirando o patamar de R$ 1,50, a tendência é que as importações cresçam ainda mais. “Hoje, o Brasil vive o pleno emprego, mas amanhã podemos precisar destes empregos e eles estarão sendo gerados em outros lugares”, alertou.
Em valores, as exportações de veículos em abril renderam US$ 1,32 bilhão, um crescimento de 42,1% em relação a abril de 2010 e de 12,8% em relação a março deste ano. Na comparação dos quadrimestres, os primeiros meses deste ano apresentaram um aumento de 30,3%. As vendas passaram de US$ 3,53 bilhões no ano passado para US$ 4,6 bilhões este ano. Estes valores não incluem as exportações de veículos desmontados.
Em relação à produção de veículos, houve uma redução de 294,5 mil unidades em março deste ano para 280,1 mil unidades em abril, mostrando queda de 4,9%. Já na comparação com abril de 2010, quando a produção foi de 274,8 mil unidades, houve aumento de 1,9%. No acumulado do ano, houve crescimento de 4,1%, tendo sido a produção de janeiro a abril deste ano de 1,11 milhão de veículos, contra 1,06 milhão no mesmo período do ano passado.
Na entrevista coletiva, Belini deu destaque aos números do licenciamento de automóveis novos, que apresentaram crescimento de apenas 3,8% na comparação entre janeiro e abril de 2011 e o primeiro quadrimestre de 2010, passando de 1,01 milhão de unidades para 1,05 milhão. “É uma acentuada redução no índice de crescimento”, apontou o presidente da Anfavea.
Quando questionado sobre as medidas que o governo federal está tomando para conter o consumo para combater a alta dos preços, Belini declarou: “O Banco Central está preocupado com a inflação, mas entendemos que o nosso setor também é importante. Representamos 23% do PIB industrial e, se deixarmos de produzir, isso afetaria o país também.” Ele demonstrou ainda preocupação com o ritmo de crescimento do setor automotivo. “O setor está crescendo na média de 5%. Entendemos que, se este ano crescermos 5%, já vai ser uma redução significante em relação ao ano passado, que foi de 12%.” Participaram ainda da coletiva os diretores da Anfavea Aurélio Santana, Ademar Cantero e Milton Rego.