Marina Sarruf
São Paulo – A De Millus, uma das maiores fabricantes brasileiras de lingerie, tem planos para aumentar suas exportações em 2006 e procura novos clientes no mercado árabe. Atualmente apenas o Líbano faz parte da lista dos 20 países para onde a empresa exporta. "Nossa meta é aumentar em 20% a produção. Com isso, esperamos aumentar também as exportações", afirmou a diretora de exportações da companhia, Eva Goldman.
De acordo com ela, a De Millus exporta entre duas a três vezes ao ano para um distribuidor do Líbano desde 2002. No entanto, o volume ainda é pequeno, gira em torno de US$ 20 mil. "Estamos abertos para novos contatos no mercado árabe", disse Eva. Os principais produtos enviados para o país árabe são as calcinhas, sutiãs e cintas dos modelos mais clássicos, sem rendas e bordados. Além do Líbano, a empresa já exportou para os Emirados Árabes Unidos.
Os principais clientes da De Millus no exterior são o Japão e países da América Latina. Segundo Eva, as exportações representam 5% do faturamento da companhia, ou cerca de R$ 10 milhões. "Em 2005 tivemos um crescimento de 35% em nosso faturamento", acrescentou. A empresa produz 100 mil peças por dia.
De acordo com Eva, a empresa vem investindo na criação de peças elaboradas, como sutiãs com aro, com enchimento de espuma, bordado e rendado. Para isso foram contratadas 750 novas costureiras em 2005. "Acredito que a tendência é aumentar as vendas desses produtos também para o exterior", afirmou. A De Millus emprega 3,6 mil funcionários e conta com duas fábricas, uma no Rio de Janeiro e outra na Paraíba.
Mais de 50 anos
A De Millus foi fundada em 1947, no Rio de Janeiro, e produz roupa íntima para crianças a partir de 8 anos de idade, adolescentes e adultos. Além de calcinhas e sutiãs, a empresa fabrica acessórios como modeladores e extensores, camisolas, short-dolls, meia-calça, meias e cuecas. A cada dois meses a companhia lança no mercado uma nova coleção, que tem em média 20 peças.
Desde 2002 a empresa é comandada por Abdalla Haddad, neto de imigrantes sírios. Há dois anos ele esteve no país árabe visitando seus familiares.