São Paulo – A 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema começa dia 12 de agosto em São Paulo. Este ano, o evento terá sua maior edição, com mais de 30 filmes em cerca de 100 exibições, e será realizado também nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória, em diferentes datas. O festival é organizado pelo Instituto da Cultura Árabe em parceria com outras instituições, entre elas a Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
“Teremos filmes do Iêmen, da Síria, Líbano, Marrocos, Argélia, Jordânia, Palestina, Portugal e Brasil. Quase todos os filmes são inéditos [no País]”, conta Geraldo de Campos, diretor e curador da mostra. “O mundo árabe tem uma produção artística diversificada, não é homogênea. Queremos fortalecer a ideia do mundo árabe como um espaço de encontros”, explica Campos sobre o conceito de unir outras artes à mostra de cinema.
Em São Paulo, as exibições ocorrem até 12 de setembro em oito locais diferentes: Cine Sesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Biblioteca Mário de Andrade, Matilha Cultural, Fábrica de Cultura, Centro Cultural São Paulo, Museu da Imigração e Galeria Olido.
Entre os filmes em destaque na mostra está a produção Sotto Voce, do diretor marroquino Kamal Kamal. A obra, ambientada no período da Guerra da Argélia, mostra os desafios de um grupo de refugiados que tenta escapar do conflito passando por áreas perigosas da fronteira entre Argélia e Marrocos.
Theeb, do diretor Abu Nowar, se passa no deserto de Hijaz (na atual Arábia Saudita), em uma província otomana, durante o período da Primeira Guerra Mundial. A obra conta a história de um adolescente beduíno que passa por um rápido processo de amadurecimento ao guiar um oficial britânico pelo deserto.
A mostra exibe também ligações entre o Brasil e o mundo árabe. Do Egito, por exemplo, vem a produção Paraíso dos Anjos Caídos, uma adaptação feita no país do Norte da África do livro A morte e a morte de Quincas Berro D’Água, do escritor baiano Jorge Amado.
Já o filme português A estrada para a revolução e o brasileiro A revolução do ano tratam das viagens de jovens diretores em busca de histórias da Primavera Árabe.
Entre os diversos eventos que ocorrem junto às exibições dos filmes estão a festa de abertura da mostra, em 15 de agosto, no Centro Cultural Rio Verde, na capital paulista, com a apresentação de três bandas e uma exposição fotográfica. Também está marcada uma festa de encerramento, em 12 de setembro, na casa de shows Jongo Reverendo, em São Paulo.
Haverá ainda debates com convidados nacionais e estrangeiros, incluindo Alaa Karkouti, jornalista e crítico de cinema sírio, responsável pelas sessões de cinema árabe nos festivais de Cannes (França) e Berlin (Alemanha); Nira Shirazipour, produtora de Morte ao Amanhecer, filme que mostra a história de um artista palestino preso e torturado; Marcia Dib, professora de dança e mestre em cultura árabe; Brahim Mazned, um dos principais diretores de festivais de música do mundo árabe; o escritor amazonense Milton Hatoum; Silvia Antibas, diretora de cultura da Câmara Árabe; Miguel Chaia, cientista social e professor da PUC-SP, entre outros. Os debates abordarão temas como poesia, música, literatura, política e produção artística.
“A mostra está completando dez anos e se consolida como uma das mais proeminentes do País. Ela permite um balanço dos acontecimentos políticos do mundo árabe. Quem acompanhou a mostra nesses dez anos, pôde acompanhar as mudanças que ocorreram por lá”, destaca Campos. Somente no ano passado, o festival recebeu cinco mil pessoas em 68 exibições.
No Rio de Janeiro, o evento ocorre de 19 a 24 de agosto, em Vitória, de 25 a 30 de agosto e, em Belo Horizonte, de 20 a 30 de agosto. A sessão de abertura da mostra está marcada para o dia 12 de agosto no Cine Sesc, em São Paulo, às 19 horas. A programação completa da mostra ainda está sendo definida e será disponibilizada em breve na página https://www.facebook.com/pages/Mostra-Mundo-%C3%81rabe-de-Cinema/329005973932264?fref=ts.