São Paulo – A imigração árabe em Foz do Iguaçu, município paranaense que faz fronteira com a Argentina e o Paraguai, é tema de um documentário que foi lançado na última semana na cidade. O filme Árabes no Paraná – Foz do Iguaçu conta a história de imigrantes e seus descendentes e também mostra como eles estão inseridos na vida local.
Entre as narrativas apresentadas estão a do filho de um dos primeiros imigrantes, um senhor que chegou com apenas 15 dólares no bolso, a do Clube União Árabe, no qual convivem xiitas, sunitas, cristãos ortodoxos e outros, e a da escola que alfabetiza em árabe, inglês e português.
“Queremos mostrar a imigração árabe no Paraná e começamos por Foz do Iguaçu”, afirma a coordenadora e diretora cultural do Conselho de Senhoras da Sociedade Árabe de Beneficência (Saben), Vera Haj Mussi Augusto. O Conselho foi responsável pelo documentário.
Vera, que é professora de História e ex-secretária de Cultural do Estado do Paraná, faz parte do conselho, que promove atividades de filantropia. Mas o grupo queria mais e resolveu se voltar também para a cultura. “A história é muito importante, você conhece suas raízes, influencia em muitas coisas”, afirmou a diretora à ANBA.
O objetivo da produção, além de mostrar a integração dos árabes em Foz, é levantar a discussão da imigração, atualmente tema um tanto polêmico. O fato de o estado ter uma imigração árabe antiga, de cerca de 140 anos, influenciou na escolha da abordagem. A chegada dos árabes em Foz é da década de 1950, segundo Vera.
O lançamento do documentário aconteceu no dia 17 de novembro no Hotel Bourbon de Foz, um dos que apoiaram a iniciativa. A diretora conta que muita gente chorou ao assistir a produção. “Eles viram naquelas pessoas as suas próprias histórias”, afirma Vera.
As ações para a realização do documentário começaram no ano passado, com busca de patrocínios e elaboração de textos. Com direção e roteiro da cineasta Lu Rufalco, o filme foi concluído na metade do ano. O documentário teve patrocínio da Itaipu Nacional e apoio da Prefeitura Municipal de Foz, da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, além do Hotel Bourbon.
O documentário foi distribuído para escolas e entidades e poderá ser visto também no site da Saben. A participação em festivais, mostras ou no circuito comercial ainda não foi planejada. Vera acredita que ele poderá ser transmitido em um canal de televisão.
O projeto do conselho é seguir fazendo outros documentários sobre a imigração árabe no Paraná. Os próximos devem abordar a presença árabe em Curitiba e Paranaguá, outras duas cidades com forte imigração, e depois a ideia é focar em regiões do estado.
O filme tem vinte minutos. Ele teve produção executiva de Tania Silva, produção local de Samira Omaire, fotografia e câmera de Paulo Rigotti Junior, edição de Farpa Gomes, texto de Berenice Mendes, locução de Rafael Camargo, operação de áudio de Andrés Carvajal Proano e Ilson Alecrin e imagens de arquivo da Vision Arts Produções.
Mais informações:
http://www.saben.org.br/