São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou nesta quarta-feira (28) que as autoridades de Omã se esforcem para reduzir a taxa de desemprego, que atualmente atinge 24, 4% da população economicamente ativa. Esta é uma das conclusões dos técnicos do Fundo após consultas e reuniões com autoridades locais.
Na missão a Omã, o FMI projetou que o país terá um crescimento de 5,5% no seu Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e elogiou as autoridades locais por seu esforço em diversificar as fontes de receitas do país. O PIB do setor que não compreende o petróleo e seus derivados deverá crescer 6,4% este ano.
Segundo os técnicos do Fundo, a inflação está sob controle e deverá fechar o ano em 4,1%. Além disso, diz o relatório, Omã foi pouco prejudicado pela crise econômica porque 80% das suas exportações são destinadas aos países asiáticos, que foram menos afetados pelas turbulências globais.
De acordo com o FMI, o sistema bancário de Omã está capitalizado. “Testes de estresse conduzidos pelo banco central de Omã indicam que a maioria dos bancos está em posição de enfrentar choques macroeconômicos significativos”, afirma o relatório.
O FMI observa, porém, que o principal risco para o país no médio prazo seria uma queda nas cotações de petróleo. O Fundo prevê que o preço do barril de petróleo ficará em US$ 81 em 2012 e subirá até atingir US$ 105 em 2016. O Fundo alerta que se os preços caírem, Omã será obrigado a reduzir os gastos e o crescimento no setor não petrolífero. Em 2011, Omã deverá exportar US$ 31,4 bilhões em derivados de petróleo e gás, valor que deverá atingir US$ 32,3 bilhões em 2012 e cair até US$ 27,4 bilhões em 2016, de acordo com as projeções do Fundo.
Embora petróleo e derivados ainda sejam o principal produto exportado por Omã e sua principal fonte de renda, o FMI observa que o governo local se esforça para diversificar a economia. Metais, fertilizantes e produtos petroquímicos já respondem por 20% das exportações. Mesmo assim, a taxa de desemprego continua elevada.
Segundo o FMI, Omã teria que criar 45 mil vagas no setor privado por ano para reduzir o desemprego. Em 2011 foram criados 44 mil empregos no setor público, que deverá abrir outros 36 mil postos em 2012. Mesmo assim, diz o FMI, essas oportunidades apenas “aliviam as tensões no curto prazo, mas não resolvem o problema”.
O FMI recomendou também que o banco central de Omã continue com os esforços de reduzir o excesso de liquidez e o elevado gasto público para conter a inflação. A instituição elogiou a paridade entre o rial de Omã e o dólar, adotada pelo governo local. Essa medida, segundo o FMI, tem atribuído credibilidade ao sistema monetário.
O estudo é resultado de um encontro realizado todos os anos entre técnicos do FMI e autoridades dos países membros da instituição. Ao fim dos encontros e após ter acesso aos dados econômicos dos países, os funcionários do FMI apresentam os resultados da reunião.