São Paulo – Inflação sobre controle, crescimento de aproximadamente 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, aumento das reservas internacionais e desemprego em queda são alguns dos bons resultados encontrados por uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Argélia, de acordo com comunicado divulgado nesta sexta-feira (27).
A missão do Fundo observou, porém, que o país precisa se esforçar para diversificar suas receitas e diminuir a dependência das exportações de petróleo, além de criar condições para gerar empregos no setor privado e incluir jovens e mulheres no mercado de trabalho.
As estimativas do Fundo indicam que a inflação em 2011 ficou em 4% e as receitas com exportações de hidrocarbonetos cresceram aproximadamente 30%. As reservas internacionais do país somavam US$ 178 bilhões em agosto de 2011, após crescerem US$ 16 bilhões desde o fim de 2010.
“Em 2011, estima-se que o crescimento tenha permanecido sólido. Os altos preços do petróleo estão fortalecendo o balanço externo e impulsionando as receitas. Os efeitos em cascata do Programa de Investimento Público (PIP) deverão manter o PIB do setor que não compreende petróleo e derivados com crescimento de 5% e elevar o PIB [do país] para cerca de 2,5%”, afirma o estudo.
Segundo o levantamento, as condições macroeconômicas deverão permanecer favoráveis no curto-prazo, mas no médio prazo a estabilidade financeira deverá ser mais dependente das variações do preço do petróleo. O crescimento do país continuará a vir do setor público e dos programas de investimento das empresas petrolíferas. Além disso, o FMI alerta que se o preço do barril de petróleo cair abaixo de US$ 100 por um período prolongado, o país será forçado a reduzir o investimento público e a administrar um desemprego elevado.
“Desafios importantes persistem, incluindo a necessidade de diversificação da economia, promover a melhoria no ambiente de negócios, reduzir o desemprego e reduzir as vulnerabilidades de médio prazo.” O FMI prevê que os investimentos públicos se tornarão menos dinâmicos e, por isso, o setor privado precisa ser fortalecido para que se transforme “no motor do crescimento e da criação de empregos”.
Mesmo em queda, o desemprego ainda é alto. Em 2010, ficou abaixo de 10%. Entre os jovens e as mulheres a situação é pior. “Para fazer uma redução significativa no desemprego, reformas estruturais mais ambiciosas precisam ser implementadas”, alerta o relatório.