São Paulo – A economia egípcia enfrenta duros desafios, apesar de seus fundamentos sólidos. A avaliação é do diretor do Departamento do Oriente Médio e Ásia Central do Fundo Monetário Internacional (FMI), Masood Ahmed, que acaba de encerrar uma missão ao Egito.
“[Esses desafios] têm que ser enfrentados com um programa econômico que garanta a estabilidade macroeconômica e que crie condições para uma forte recuperação”, declarou Ahmed, em comunicado divulgado nesta quarta-feira (18).
Segundo o executivo, o Fundo e o governo egípcio iniciaram tratativas sobre um programa de apoio para restaurar a confiança na economia local, criar condições para a geração de empregos e garantir que as famílias mais vulneráveis sejam protegidas durante este período de transição.
O Egito tem um governo provisório sustentado por uma junta militar, que assumiu o poder após a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro. Desde o final de novembro estão sendo realizadas eleições para o Legislativo, em dias diferentes para cada região e casa do Parlamento, mas as para o Executivo ainda não têm data marcada. A expectativa é que a votação ocorra ainda no primeiro semestre.
De acordo com Ahmed, as autoridades locais apresentaram um plano econômico que está em discussão com os novos partidos políticos que surgiram no país “para garantir amplo apoio político”. As discussões técnicas com o FMI vão continuar nas próximas semanas.
Está em negociação um empréstimo de US$ 3,2 bilhões. Em meados do ano passado, o país recusou um financiamento de US$ 3 bilhões do Fundo. Ontem, o Banco Mundial assinou acordo concedendo US$ 200 milhões aos egípcios para investimentos em distribuição de água e saneamento.