São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira (7) que o governo jordaniano precisa reduzir a dívida pública, os gastos sociais e o déficit das suas contas. Uma missão do Fundo se reuniu com autoridades locais entre os dias 22 de janeiro e 2 de fevereiro para avaliar as condições da economia local. Todos os países-membros do FMI são submetidos a esta avaliação. Embora tenha alertado para a vulnerabilidade da Jordânia, a delegação do Fundo afirmou que o sistema bancário do país é "sólido".
Os dados de 2011 ainda não foram fechados, mas o FMI afirmou que a taxa de desemprego cresceu no ano passado e chegou a 13%. Também em 2011, o déficit externo chegou a 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e as reservas internacionais caíram 14%, para US$ 10,7 bilhões. A inflação caiu para 4,5% graças ao fato de que o governo não repassou à população os aumentos de preço do petróleo.
O relatório afirma que as previsões para a Jordânia em 2012 se tornam "cada vez mais desafiadoras, à luz das crescentes pressões sociais e grande instabilidade na região". As previsões apontam que a economia jordaniana irá crescer apenas 2,75% neste ano, pouco mais do que os 2,5% de 2011, por causa dos distúrbios políticos na região, alto preço das commodities importadas e riscos crescentes para o país se financiar. Neste ano, a média de inflação deverá chegar a 5,5% porque as altas nos preços do petróleo deverão ser repassadas ao consumidor.
"Os eventos políticos regionais poderão ter repercussões na Jordânia e afetar negativamente a atividade econômica com menos receitas turísticas, menor investimento direto estrangeiro e um custo maior para ter acesso aos mercados de capitais. Além disso, um aprofundamento da crise europeia poderia afetar a Jordânia indiretamente por causa do impacto nos países exportadores de petróleo da região (maiores fontes jordanianas de comércio, doações externas, remessas, turismo e fluxo de investimentos)", afirma o relatório do Fundo.
O FMI prevê que o país terá uma consolidação orçamentária considerável em 2012 e afirma que a Jordânia precisa fazer outros esforços durante o ano. Um deles é controlar o déficit fiscal, reduzir os riscos associados ao alto gasto público e manter a sustentabilidade fiscal. O orçamento precisa ter foco no aumento dos gastos domésticos e contenção de gastos com a redução de custos dos ministérios, reformar o sistema universal de subsídios para diesel e gasolina e congelar as contratações no setor público.
A avaliação do FMI afirma que o Banco Central da Jordânia tem exercido uma regulação e uma supervisão prudentes do sistema bancário que, por sua vez, é sólido. Segundo o levantamento, os bancos têm sido conservadores na concessão de crédito, permanecem lucrativos e capitalizados, mas podem ser expostos a um aumento na inadimplência.