São Paulo – O Bahrein foi fortemente impactado pela queda nos preços do petróleo e precisa adotar medidas para compensar a desaceleração econômica e o aumento do déficit fiscal, que deverá chegar a 19,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) ao fim deste ano. Essas são algumas das conclusões divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) após concluir uma análise das contas do país no final de março. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (26).
Segundo comunicado do Fundo, o PIB do país árabe cresceu 4,5% em 2014, mas desacelerou em 2015 para 3,2%. Para este ano, a expectativa é de crescimento em torno de 2,2%. A desaceleração na atividade econômica é resultado, sobretudo, da redução nos preços do petróleo a partir da metade de 2014. O país é dependente das receitas com a exploração da commodity e viu seus desequilíbrios econômicos crescerem deste então.
“O crescimento ficou mais lento e, embora se possa esperar um impacto positivo em decorrência do ligeiro aumento nos preços, as vulnerabilidades fiscais e externas cresceram significantemente”, afirma o documento do Fundo. Por outro lado, o comunicado da instituição indica que as medidas adotadas pelas autoridades do Bahrein são positivas. Entre elas, o Fundo citou a reforma nos preços da energia. “Mesmo assim, esforços adicionais são necessários para reduzir o déficit fiscal”, afirma ainda o documento do Fundo.
O FMI observa que o governo bareinita já aumentou em 60% os preços da gasolina e vai elevar no médio prazo os preços do diesel, gás natural, querosene, água e energia elétrica. Os diretores da instituição financeira recomendaram ainda que o Bahrein contenha os gastos públicos, reduza mais ainda os subsídios à energia e eleve a receita do setor não petrolífero, inclusive por meio da adoção do Imposto sobre Valor Agregado (VAT, na sigla em inglês).
A adoção do VAT deverá ser adotada em conjunto em 2018 pelos países que formam o Conselho de Cooperação do Golfo: Bahrein, Arábia Saudita, Catar, Omã, Emirados Árabes Unidos e Kuwait. Todos dependem da indústria de petróleo e de gás.
O documento do FMI afirma ainda que as autoridades locais precisam desenvolver uma “estratégia eficiente” para administrar a dívida do país. Também recomendaram que o Bahrein reduza os entraves para o investimento privado, pois é por meio dele que o país poderá obter a diversificação da economia e alcançar um desenvolvimento sustentável.