São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai emprestar US$ 2,8 bilhões à Tunísia nos próximos quatro anos, por meio de uma linha de empréstimos conhecida como mecanismo alargado de financiamento (EFF, na sigla em inglês). Segundo informações divulgadas pelo Fundo nesta sexta-feira (15), o acordo ainda depende de uma aprovação do conselho do FMI e deverá ser ratificado no próximo mês.
De acordo com o FMI, alguns dos objetivos do empréstimo são reorientar o gasto público em direção ao investimento e melhoria dos serviços públicos. Esse aperfeiçoamento dos serviços deverá ser obtido, na avaliação da instituição, por meio de uma reforma no funcionalismo público e contenção da folha salarial. A parceria prevê ainda ampliar a autonomia do Banco Central, a solidez do sistema financeiro e a reestruturação dos três bancos públicos.
“Com a adoção destas medidas, a Tunísia estará melhor posicionada para enfrentar os desafios econômicos e mitigar os riscos que podem surgir de uma piora no ambiente econômico internacional ou aumento das tensões regionais de segurança”, afirma o Fundo. Ainda de acordo com as informações do FMI, esse empréstimo deverá resultar em uma coleta de impostos cada vez mais igualitária e na ampliação do crédito disponível às pequenas empresas.
Esta linha de financiamento do Fundo é concedida a países que enfrentam um baixo crescimento econômico e desequilíbrios no balanço de pagamentos. Tem, entre outras características, um período maior para ser paga: de quatro anos e meio até 10 anos. Outras linhas de financiamento precisam ser saldadas em até cinco anos.
A Tunísia passar por uma reestruturação econômica profunda, após colocar em prática a transição política que resultou numa nova Constituição e num novo governo. Foi no país do Norte da África, em 2010, que começaram os protestos conhecidos como Primavera Árabe, que depois se espalharam para outros países da região.