São Paulo – Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) – Kuwait, Catar, Omã, Bahrein, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos – deverão investir US$ 1,5 trilhão em infra-estrutura nos próximos dez anos. A informação foi divulgada pelo banco HSBC, que tem forte atuação na região, e publicada pela agência de notícias Reuters.
O gasto nos seis países – com uma população total de 32 milhões de habitantes – será maior que o dos Estados Unidos, que têm 250 milhões de habitantes e deverão investir US$ 1 trilhão no setor, ou o da Índia, com mais de 1 bilhão de habitantes e previsão de investimento de US$ 475 bilhões. O gasto per capita com infra-estrutura no GCC será 12 vezes maior que o dos Estados Unidos e 94 vezes superior ao da Índia.
Apesar do papel predominante dos governos nas economias da região, o modelo de desenvolvimento de infra-estrutura nos países do GCC está cada vez mais voltado para o setor privado.
Os projetos nos setores de água e energia elétrica em Abu Dhabi vêm sendo copiados em toda a região. "Dubai abriu o caminho ao desenvolver seus portos e infra-estrutura", disse o CEO do HSBC para o Oriente Médio, Youssef Nasr, segundo a Reuters.
A companhia saudita ACWA Power Projects, por exemplo, tem projetos em andamento no valor total de US$ 9,5 bilhões no país. "Não tivemos dificuldades em arrecadar fundos para esses projetos", disse o presidente e CEO da ACWA, Paddy Padmanathan, sempre de acordo com a Reuters.
Segundo especialistas, investidores externos estão dispostos a custear projetos de infra-estrutura no GCC, principalmente os de longo prazo. Acredita-se que o alto custo da energia elétrica na região vai perdurar por muito tempo, logo há uma necessidade de promover o desenvolvimento de fontes de energia renováveis.
Ainda assim, a receita proveniente do petróleo e gás natural, abundantes na região, será essencial para financiar a expansão da infra-estrutura no GCC.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum