Cláudia Abreu
São Paulo – A Agência de Promoção de Exportações (APEX) e a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) assinaram ontem (18), em São Paulo, um convênio para promover o macarrão brasileiro no exterior.
O objetivo, segundo Eliane Kay, diretora-presidente da Abima, é criar a cultura exportadora nas empresas de massas alimentícias do país. “Queremos educar as fábricas para a exportação. Temos um parque industrial moderno, equiparável aos dos grandes exportadores de macarrão do mundo, um produto de boa qualidade e capacidade produtiva para atender novos mercados”, afirmou.
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor de macarrão do mundo, produz um milhão de toneladas ao ano. Perde apenas para a Itália, com mais de três milhões de toneladas, e para os Estados Unidos, com cerca de 1,6 milhão.
Em 2004, o setor faturou R$ 2,8 bilhões. As exportações renderam R$ 6,3 milhões (US$ 2,7 milhões pelo câmbio atual) ao segmento, foram embarcadas cerca de 6,6 mil toneladas. Os principais destinos foram Angola e Moçambique, na África, e Chile, Venezuela e Paraguai, na América do Sul. Com a parceria do setor com o governo, a meta é aumentar as exportações para US$ 5,7 milhões nos próximos 12 meses.
Segundo Eliane, a primeira parte do programa será a identificação de mercados potenciais. “Temos uma lista de países e, agora, vamos checar se eles, realmente, podem ser trabalhados”, disse.
Além dos países que já importam macarrão do Brasil, Estados Unidos, Portugal, Panamá, República Dominicana e Uruguai também terão ações pontuais. Nações árabes, como o Iraque e a Tunísia, serão prospectadas na segunda etapa.
A Tunísia ocupa o terceiro lugar no consumo de massas do mundo, com 11,7 quilos por habitante por ano. Fica atrás apenas da Itália, com 28 quilos per capita, e da Venezuela, com 12,7 quilos. No Brasil, o consumo anual é de 5,5 quilos por habitante.
Paralelamente à prospecção de mercado serão feitas a capacitação comercial e a certificação das empresas produtoras de massas. Até agora, nove companhias participarão do programa, entre elas Caiubi e Reimassas, de Minas Gerais, Moinho Santa Lúcia e J. Macedo, do Ceará.
Por meio do convênio também será elaborado um planejamento estratégico de marketing para o setor. "As ações não serão lineares, vamos trabalhar em várias frentes ao mesmo tempo", afirmou Eliane.
O outro ponto é o incentivo à participação em feiras internacionais, para a promoção do macarrão, o que deverá acontecer no próximo ano. Durante todo o programa, serão investidos cerca de R$ 1,2 milhão.
Setor no Brasil
De acordo com a Abima, 61% das empresas que compõe o setor são pequenas, 22% são médias e 17% são grandes. O segmento emprega cerca de 25 mil pessoas.