São Paulo – O estoque de investimentos estrangeiros diretos no Sudão chegou a US$ 42 bilhões, segundo dados divulgados nesta terça-feira (19) pelo ministro dos Investimentos do país africano, Mudathir Abdul-Ghali. As informações são da Emirates News Agency (WAM).
De acordo com ele, este volume foi atingido depois do lançamento de um pacote de incentivos para atrair mais recursos e fomentar investimentos na indústria de transformação.
O ministro disse que o governo sudanês passou a permitir que os investidores estrangeiros levem ao país seus bens de capital, matérias-primas e tecnologias, ao invés da transferência de dinheiro apenas.
Ele acrescentou que o governo permite a repatriação dos lucros e que os investidores podem abrir contas em bancos locais em moeda estrangeira, com livre movimento de depósitos e saques.
O Sudão é visto no mundo árabe como um destino propício para investimentos, principalmente no setor agropecuário, pois ao contrário de outras nações da região, tem terras disponíveis e água em abundância. O interesse pela nação africana é grande principalmente nos desérticos países do Golfo, onde há grande preocupação com a segurança alimentar.
Sanções internacionais que dificultam a obtenção de crédito no Sudão, a falta de moeda estrangeira no mercado local e entraves à repatriação de recursos eram dificuldades apontadas há algum tempo por empresários estrangeiros com negócios no país. A possibilidade de o investidor levar diretamente produtos e serviços, ao invés dos recursos necessários para adquiri-los, minimiza em parte os entraves financeiros.
Segundo dados do último Relatório Mundial de Investimentos da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), o Sudão recebeu US$ 1,7 bilhão em investimentos estrangeiros diretos em 2015, um aumento de 39% sobre 2014, e o maior valor em três anos, com destaque para aportes chineses no ramo petrolífero. O estoque de investimentos no ano passado foi calculado em US$ 24,4 bilhões pela agência da ONU.