São Paulo – O Ministério das Relações Exteriores do Brasil promove hoje (17) e amanhã no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, a 1ª Conferência sobre as Comunidades Brasileiras no Exterior. O objetivo do evento é o de ampliar o debate sobre emigração brasileira e discutir políticas públicas para auxiliar esses brasileiros, que somam mais de 3 milhões em todos os continentes.
Nos últimos seis anos, o Brasil vem tentando ampliar sua rede consular, principalmente para dar um suporte maior aos emigrantes brasileiros, que hoje estão espalhados pelo mundo todo. Um dos países que recebeu um consulado brasileiro há seis anos foi o Líbano, país árabe que concentra a maior população brasileira no Oriente Médio, com cerca de 5 mil pessoas. Por esse motivo, entre as autoridades e representantes de entidades de apoio a brasileiros no exterior foi convidado para a conferência o cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp.
Segundo ele, a situação dos brasileiros que vivem no país árabe é bem diferente daquela vivida por brasileiros nos Estados Unidos e Europa. “Não temos brasileiros que vão para o Líbano em busca de emprego”, disse Gepp. Um dos principais motivos da ida de brasileiros para o Líbano é para rever familiares, já que no Brasil vivem cerca de 8 milhões de libaneses e descendentes. “Por isso, a população brasileira que temos é bem flutuante”, disse o cônsul-geral.
Outro diferencial dos brasileiros que vivem no Líbano em relação às comunidades nos demais países é a questão da ilegalidade. “Nenhum brasileiro que viajou para o Líbano está ilegal no país”, disse Gepp. Outro ponto é a questão das remessas dos emigrantes brasileiros, que também não ocorre no país árabe. “É uma comunidade brasileira um pouco diferente das encontradas em outros países, mas acho muito importante a nossa presença nesse encontro”, afirmou.
A preocupação do governo brasileiro com seus emigrantes fez com que em 2006 o Itamaraty abrisse uma Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, que está organizando o evento com o apoio da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), também vinculada ao ministério.
Hoje haverá debates entre especialistas e autoridades governamentais sobre temas como migração e direito internacional; controles migratórios; perfil das comunidades brasileiras no exterior; representação política da diáspora brasileira; atuação governamental em relação às comunidades brasileiras nas áreas trabalhista, previdenciária e educacional; remessas e política governamental para a diáspora brasileira.
Na sexta-feira serão promovidos debates entre representantes das comunidades brasileiras nos Estados Unidos, Europa, América do Sul e Japão para intercâmbio de experiências e definição de recomendações a serem discutidas em plenário.