São Paulo – O embaixador do Kuwait no Brasil, Waleed Al-Kandari, está na Bahia com o objetivo de avaliar oportunidades de investimentos para instituições de seu país, especialmente na área de turismo, mas sem deixar de lado a petroquímica e o agronegócio. Ontem (29) ele teve, em Salvador, uma reunião com o vice-governador do estado, Edmundo Pereira. O governador Jaques Wagner viajou aos Estados Unidos.
De acordo com o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, que acompanhou o encontro, o diplomata quer trazer ao Brasil uma delegação composta pelo presidente da Kuwait Investment Authority (KIA), o fundo soberano do país árabe, e empresários para conhecer as oportunidades.
A Bahia é um importante pólo turístico, com belas praias, sol e calor quase o ano inteiro, belezas naturais e sítios históricos. Ficam no estado alguns dos mais famosos resorts do país, bastante procurados por turistas estrangeiros. Jaques Wagner viajou para os EUA justamente para a inauguração de um vôo direto entre Miami e Salvador.
Na Bahia fica também o Pólo Petroquímico de Camaçari, localizado na região metropolitana da capital, que reúne mais de 90 empresas químicas, petroquímicas e de outros setores, inclusive uma fábrica da Ford.
Segundo Alaby, há interesse também por parte dos kuwatianos em buscar oportunidades no ramo do agronegócio, que tem crescido bastante no estado, especialmente na região Oeste. Só para se ter uma idéia, entre os principais produtos exportados pela Bahia ao mundo árabe, de janeiro a setembro, estão soja, cravo-da-índia, café, sisal, carne de frango, algodão e fumo. Outro item de peso é o papel kraft. No total, o estado vendeu o equivalente a US$ 46 milhões para a região no período.
O secretário-geral da Câmara Árabe acrescentou que, ao voltar a Brasília, Kandari vai fazer um relatório falando sobre o que viu. A idéia é trazer a missão do Kuwait já no primeiro semestre de 2009.
O embaixador falou também sobre o Kuwait Investment Fund, entidade estatal que financia projetos de infra-estrutura que tenham algum aspecto social, como aeroportos, estradas e barragens. Ele ressaltou que o Brasil nunca apresentou um projeto ao fundo e deixou com o vice-governador material sobre como fazê-lo.
Ainda ontem, Alaby e o embaixador tiveram reuniões na Secretaria de Turismo do estado e com representantes da Promobahia, centro internacional de negócios ligado à Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração e outras entidades públicas e privadas baianas.
No final do dia eles ainda participaram de um encontro com empresários, onde Alaby apresentou a palestra “Mercado árabe: uma alternativa para os produtos da Bahia”.