São Paulo – A estatal marroquina do ramo de fosfato Office Chérifien des Phosphates (OCP) e a Yara International, multinacional da área de fertilizantes com sede em Oslo, na Noruega, anunciaram a formação de um joint-venture para atuar no Brasil. Com a parceria, a OCP deverá assumir 50% de participação na fábrica e no terminal marítimo que a Yara tem em Rio Grande, no Rio Grande do Sul. As informações são da agência de notícias MAP, do Marrocos, e de comunicado da companhia norueguesa.
Segundo a OCP, esse é “um primeiro passo rumo a uma parceria global” entre as duas empresas. A estrutura no Sul do Brasil inclui, além da fábrica de fertilizantes e do terminal, área para estocagem de produtos. De acordo com a Yara, as parceiras planejam investir no desenvolvimento do complexo no curto e médio prazo. O horizonte previsto para a consolidação do negócio é o primeiro trimestre de 2012.
A joint-venture contempla o fornecimento de rocha fosfática pela OCP para processamento e mistura pela Yara em Rio Grande. “O Brasil é um mercado agrícola em rápido crescimento e nós, junto com a OCP, estamos criando uma plataforma sólida para crescer ainda mais”, declarou o presidente do grupo norueguês, Jørgen Ole Haslestad, segundo o comunicado da empresa.
De acordo com a MAP, o acesso portuário no Brasil é essencial para a estratégia da OCP para a América do Sul e abre um novo canal de atendimento aos seus clientes brasileiros. “A OCP está engajada em atender o crescimento da demanda mundial de fertilizantes”, afirmou o presidente da estatal marroquina, Mostafa Terrab.
Segundo a Yara, a unidade de Rio Grande tem capacidade para produzir cerca de 650 mil toneladas de fertilizantes por ano e utiliza aproximadamente 350 mil toneladas de rochas fosfáticas para tanto.
Os entendimentos entre as duas empresas preveem ainda o fornecimento de fosfato pela OCP às fábricas de fertilizantes da Yara na Europa.
O Marrocos é um dos principais produtores e exportadores de matérias-primas para a indústria de fertilizantes. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil importou o equivalente a US$ 904 milhões em produtos do gênero do país do Norte da África de janeiro a novembro deste ano.