São Paulo – A economia da Mauritânia, país árabe da África, deve crescer 6,3% em 2020, um pouco abaixo dos 6,9% projetados para 2019, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados fazem parte de um documento sobre a quarta revisão do acordo de crédito que o fundo tem com a Mauritânia, na qual foi aprovada a liberação de mais US$ 22,8 milhões para o país.
A instituição financeira firmou em dezembro de 2017 um acordo que prevê o desembolso de US$ 159,6 milhões ao país árabe em um período de três anos, tendo como contraparte a implementação de reformas econômicas pelo governo para melhorar as condições locais. Com a liberação do montante atual pelo Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional, o dinheiro concedido vai para um total de US$ 114 milhões.
De acordo com o documento, o desempenho do programa de reformas continua forte e as autoridades estão implementando políticas prudentes e avançando nas reformas, embora com alguns atrasos. Se confirmado, o crescimento da Mauritânia neste ano significará avanço sobre 2018, quando o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 3,4%. Em 2017, o crescimento da economia da Mauritânia foi de 3,1% e em 2016 de 1,8%.
O avanço da economia em 2019 deverá ser impulsionado tanto pelo setor extrativo, onde se encaixa a exploração de petróleo e gás, quanto pelo não-extrativo, além de um comércio favorável. A entrada em vigor de uma nova política monetária no país, com o aumento da flexibilidade da taxa de câmbio, deverá ajudar a Mauritânia a enfrentar choques externos, preservar as suas reservas e apoiar o crescimento e a competitividade.
O FMI afirma que embora as perspectivas econômicas sejam positivas para a Mauritânia, os riscos permanecem altos em função da desaceleração da economia global e volatilidade dos preços das commodities, entre outros fatores. O fundo acredita que a política continuada, a implementação das reformas estruturais e o aumento nos gastos sociais e de infraestrutura essencial serão importantes para alcançar crescimento mais inclusivo e reduzir a pobreza e desigualdade, além de fortalecer a estabilidade econômica.
O organismo recomenda que o governo use o espaço fiscal para aumentar gastos com educação, saúde e proteção social, além de infraestrutura. O país deve tomar medidas para aumentar as receitas domésticas, conter gastos que não são prioritários e estabelecer estruturas robustas para gerenciar receitas futuras do setor de petróleo e gás com eficiência. O FMI recomenda ações para melhorar a solidez e o fortalecimento dos bancos, para que eles possam financiar o crescimento econômico de pequenas e médias empresas.