São Paulo – O potencial de consumo dos países islâmicos é crescente e, com o aumento da população jovem, há uma tendência de maior atividade econômica nestas regiões em relação a países da Europa nos próximos anos. Estas são algumas das informações dadas por Rubens Hannun, vice-presidente de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em palestra realizada nesta sexta-feira (05), no Instituto Rio Branco, em Brasília.
A palestra fez parte de um curso voltado para diplomatas que durou de segunda-feira (01) até hoje. O curso foi promovido em parceria pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) e o Ministério de Relações Exteriores, com apoio da Câmara Árabe e do Instituto da Cultura Árabe (Icarabe).
“A participação dos islâmicos têm crescido na maioria dos setores de consumo”, destacou Hannun em entrevista à ANBA, por telefone. Segundo o executivo, até 2018, a participação destes consumidores em setores como alimentos e cosméticos terá um crescimento de 50%. “A tendência é crescer mesmo. Há uma população jovem muito forte, muito maior que em muitos países”, afirmou Hannun. Para se ter uma ideia, 52,5% da população islâmica tem menos de 24 anos.
“Os menores índices de envelhecimento da população estão em países de maioria muçulmana. Com o tempo, vai haver muito mais pessoas economicamente ativas lá do que em países da Europa”, ressaltou o vice-presidente.
Além dos 22 países árabes, que têm sua população majoritariamente muçulmana, a religião islâmica também é predominante em alguns países da Ásia. O maior país islâmico do mundo, aliás, é a Indonésia. Hannun lembrou ainda que, mesmo entre os jovens muçulmanos menos tradicionais, os chamados futuristas, a religião tem um papel muito forte.
E como o assunto era consumo, Hannun também abordou o papel da Câmara Árabe na aproximação comercial entre o Brasil e os países árabes. O executivo falou do papel da entidade na realização de missões e feiras comerciais e na importância do respeito à cultura do consumidor muçulmano.
De acordo com Hannun, além de representantes do Itamaraty, o curso também contou com a participação de membros de outros órgãos federais, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério da Agricultura, Ministério da Fazenda, Secretaria de Assuntos Estratégicos, Banco Central, Ministério da Educação, Ministério da Justiça e Ministério da Defesa, além de representantes de embaixadas de países sul-americanos.
A palestra do vice-presidente de Comércio Exterior teve como título "Política Comercial, Mercado e Exportações – Consumidor Islâmico, Peculiaridades e Engajamento Comercial". O curso "Mundo Islâmico: Sociedade, Cultura e Estado" teve palestras ao longo da semana com especialistas em temas diversos do universo islâmico.